
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fará na noite deste sábado (6) um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, véspera do 7 de Setembro. A fala deve reforçar a defesa da soberania nacional, bandeira que o governo tem adotado diante do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos, que completa um mês. Lula também deve endurecer o discurso contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e aliados do ex-presidente, acusando-os de agir como “traidores da pátria” ao apoiar pressões externas contra o Brasil.
Na sexta-feira (5), o presidente Donald Trump afirmou em coletiva na Casa Branca que o governo brasileiro “foi radicalmente para a esquerda”. O republicano disse que as tarifas foram aplicadas por insatisfação política, sem detalhar as razões comerciais da medida. Lula, em entrevista ao SBT, afirmou que ainda não ligou para Trump porque os EUA “não querem negociar” e que as sanções são motivadas por disputas ideológicas.
No domingo (7), Lula participará do desfile cívico-militar de Brasília, onde são esperadas cerca de 30 mil pessoas. O Dia da Independência também será marcado por manifestações pelo país, tanto contra quanto a favor da anistia de Jair Bolsonaro e outros envolvidos na tentativa de golpe de Estado. Um dos projetos em discussão na Câmara prevê perdão total dos crimes e anulação da decisão que tornou Bolsonaro inelegível até 2030.
Para Lula, o pedido de anistia antes do fim do julgamento é uma admissão de culpa do ex-presidente. O processo contra Bolsonaro e sete réus do núcleo central da trama golpista será retomado na próxima terça-feira (9), com o voto do relator Alexandre de Moraes. Na sequência, devem votar Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin. A pena máxima prevista para Bolsonaro chega a 43 anos de prisão.
O cronograma do Supremo foi ampliado por decisão de Zanin, que incluiu uma sessão extra na quinta-feira (11), a pedido de Moraes. Inicialmente, o julgamento estava programado apenas para os dias 9, 10 e 12. A expectativa é que a análise dos votos e a fixação das penas ocupem as duas semanas previstas, podendo se estender caso haja recursos.
Enquanto isso, aliados de Bolsonaro articulam mobilizações em defesa da anistia. O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição, convocou atos na Avenida Paulista e em Copacabana. Já o presidente nacional do PT, Edinho Silva, afirmou que não se trata de medir forças com a extrema direita, mas de garantir a responsabilização dos envolvidos. O ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho (Republicanos), disse que votaria contra a anistia se estivesse no Congresso, em recado indireto ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), um dos principais articuladores da proposta.
🇧🇷 Pronunciamento à nação. Hoje, às 20h30, em rede nacional de rádio e TV. Por um Brasil soberano, justo e do lado do povo brasileiro. pic.twitter.com/sHhVzJ9a5f
— Lula (@LulaOficial) September 6, 2025