Por que Lula deve se candidatar a governador de SP

Atualizado em 12 de junho de 2013 às 8:08

Os números do Datafolha mostram que o Palácio dos Bandeirantes está a seu alcance.

Lula no Equador, recebendo uma camisa do atacante corintiano Guerrero
Lula no Peru, recebendo uma camisa do atacante corintiano Guerrero

Lula tem um tremendo dilema a partir da divulgação da última pesquisa do Datafolha sobre a eleição em São Paulo: o que fazer com Lula?

A leitura mais apressada e viciada dos resultados mostra, simplesmente, que o governador Geraldo Alckmin bateria até Lula na eleição.

Mas um olhar menos partidário vai adiante.

Comecemos.

Primeiro, e acima de tudo: Lula é o melhor nome do PT para enfrentar Alckmin.

Mesmo não sendo candidato, no Datafolha ele apareceu com 26% das intenções de voto, um ponto de partida definitivamente interessante.

Lembre-se a marca a partir da qual Dilma virou presidenta. Ou os primeiros números de Haddad na campanha pela prefeitura de São Paulo.

Depois, Alckmin não é nenhum campeão de carisma. No corpo a corpo com Lula, tende a ser varrido.

Tente imaginar um debate entre os dois.

É difícil a hipótese de, estabelecido efetivamente um confronto entre os dois, Alckmin não ser batido. Atropelado.

Numa comparação livre e internacional, é uma espécie de reedição paulista do embate entre Chávez e Capriles.

A obra de Alckmin também não o defende: basta ver a questão da segurança pública. Ou a omissão em casos agudos sociais, como a destruição de Pinheirinho.

Mais que tudo: entre paulistas e paulistanos, o prestígio do PSDB foi sendo minado nos últimos anos pela combinação da malvadeza cínica de Serra, da omissão envelhecida de FHC e da ausência de charme de Alckmin.

É um partido sem rumo, perdido no mundo moderno, e que pode ser batido. Pode e deve, aliás. São Paulo demanda um governo com ação social, capaz de mitigar as desigualdades chocantes do estado.

O PSDB é hoje um fator de atraso para os paulistas. Não era assim. Mas ficou assim, e não há como fugir dessa constatação. O conservadorismo foi tomando o partido como uma metástase. E São Paulo, para se reinventar, tem que rejeitar políticas e soluç

O que talvez detenha Lula é a consciência de que a mídia vai crucificá-lo.

Mas mesmo aí pode haver um fato positivo: com a mídia concentrada nele, Dilma tenderá a ser poupada, até por falta de munição para dois ataques simultâneos.