Publicado originalmente no Facebook do autor
POR LUÍS FERNANDO TÓFOLI, psiquiatra
O que o Governo Bolsonaro quer fazer com a Saúde Mental do País? Uma história em quadradinhos.
1. Tudo começou com informações sobre uma reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Na pauta, uma proposta de mudança drástica nas políticas de saúde mental no país. Baseado em um documento capitaneado pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e um grupo de trabalho instituído pelo Ministério da Saúde, se pretendia rever a atual política de saúde mental. As propostas incluiriam mudanças regulatórias e o fechamento de serviços de saúde mental.
2. O país foi – e ainda é, em menor escala – palco de diversos abusos realizados nos hospitais psiquiátricos, também chamados de manicômios. Aqui se pode ver um exemplo nas imagens que o fotógrafo Luiz Alfredo Ferreira fez no Hospital Colônia de Barbacena, em 1961.
3. Embora ainda de maneira imperfeita, a chamada Reforma Psiquiátrica foi estabelecida como um programa ininterrupto de Estado que passou pelos governos Collor, Franco, FHC, Lula, Dilma e Temer, um projeto relatado como exitoso no periódico médico Lancet em 2007
[pulei o número 4 sem querer, rs]
5. Qualquer alteração na rede de saúde mental deve ser feita com cuidado e discussão, incluindo profissionais, gestores, pacientes e familiares. Ficou claro na coluna de Guilherme Amado na Revista Época que não é o que se pretende. Sem o necessário diálogo com o controle social, o governo queira fazer um ‘revogaço’ das portarias de saúde mental estabelecidas de 1991 a 2014.
6. Tudo sugere que a gestão Bolsonaro, em conluio com entidades médicas, queria ‘passar a boiada’ na saúde mental enquanto estamos preocupados com a vacina. Mas um governo ideológico e incapaz de estabelecer uma política decente de imunização durante em plena pandemia teria alguma competência na saúde mental?
7. Como colaborar? O governo Bolsonaro tem medo de pressão, especialmente nas redes sociais. Se você se preocupa, COMPARTILHE E CONSCIENTIZE sobre o que está acontecendo. E sigam a Frente Ampliada em Defesa da Saúde Mental!