
Na próxima semana, será divulgada a nova rodada da pesquisa trimestral de avaliação do governo Lula (PT) feita pelo Ipsos-Ipec. Os entrevistadores estão nas ruas desde quinta-feira e terminam amanhã as entrevistas presenciais com 2 mil pessoas de 16 anos ou mais em 132 cidades do Brasil. A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais.
A pesquisa está sendo feita em meio ao julgamento do núcleo crucial do golpe. Por isso, deve refletir apenas parcialmente o que se viu nos últimos dias na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Refletirá também em parte a intensificação do movimento pró-anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os condenados pelo 8 de Janeiro.
A pesquisa mais recente do Ipsos-Ipec, de julho, apontou que 55% dos brasileiros desaprovam a maneira como Lula estava governando, enquanto 39% aprovavam. Já um levantamento realizado entre 1º e 5 de agosto apontou que a maioria dos brasileiros (62%) acredita que Lula não deveria concorrer à reeleição em 2026.
O estudo revelou um cenário de descontentamento que pode impactar os rumos políticos do Brasil nos próximos anos. Essa insatisfação é ainda mais evidente entre a população de baixa renda: 47% dos brasileiros que ganham até um salário mínimo acreditam que o presidente não deve se candidatar novamente.

Na hipótese de Lula não se candidatar, os nomes mais citados para substituí-lo são Fernando Haddad, com 19% das intenções de voto, e Geraldo Alckmin, com 17%. Camilo Santana (7%) e Flávio Dino (6%) aparecem com menor expressividade.
No entanto, 17% dos entrevistados não souberam ou não quiseram responder, e uma parcela significativa optou por “nenhum desses nomes”, indicando incerteza sobre o futuro político.
A pesquisa também avaliou a percepção dos brasileiros sobre a atuação de Lula diante das tarifas comerciais impostas pelos EUA. Para 51% dos entrevistados, o presidente não fez tudo o que podia para evitar o aumento das taxas sobre produtos brasileiros.
A reprovação é maior entre homens (55%), pessoas de 35 a 44 anos (56%), eleitores com ensino médio (59%) e aqueles com renda acima de cinco salários mínimos (64%).
A polarização política também se reflete nos resultados: enquanto 81% dos eleitores de Jair Bolsonaro discordam da atuação de Lula, 72% dos que votaram no petista aprovam suas ações. Entre quem anulou ou não votou em 2022, 64% criticam o governo.