O que o levante no Egito diz sobre os Estados Unidos

Atualizado em 13 de junho de 2013 às 15:22
Mubarak e Obama

O caso egípcio é uma ilustração perfeita da política externa americana.

Os Estados Unidos sempre apoiaram o regime corrupto e autocrata de Mubarak, no poder há simplesmente três décadas.

O apoio se deu não porque Mubarak fosse bom para o povo egípcio. Não porque ele representasse a democracia que os Estados Unidos dizem promover no mundo.

A única razão do apoio é que Mubarak era bom para os próprios Estados Unidos.

O mesmo já acontecera, no Irã, com Reza Pahlevi, um ditador que os americanos sustentaram até ele ser derrubado pela revolução que levou o aiatolá Khomeini ao poder em 1979.

Não é à toa que, no mundo árabe, os governantes chancelados pelos Estados Unidos são abominados pelo povo. Porque eles estão ali no poder para defender os interesses americanos antes e acima de tudo. O povo é um detalhe que só é lembrado quando sai epicamente às ruas e grita ‘chega’.

Aí já costuma ser tarde demais.

É sempre assim.

Saddam Hussein foi destruído pelos americanos e alidos não porque fosse ruim para os iraquianos. Mas porque não dobrava os joelhos para os Estados Unidos.

Quando você olha para a política externa americana, que não mudou nada sob a presidência decepcionante de Obama, o que vem são engulhos.