Ela dirigia um Toyota Land Cruiser quando o veículo explodiu e pegou fogo em uma rodovia perto do vilarejo de Bolchiye Viaziomy, a cerca de 40 quilômetros de Moscou. A jovem, nascida em 1992, “foi morta no local”, especifica o comunicado de imprensa.
O jornal britânico “The Guardian” informa que destroços foram projetados na estrada e o carro foi engolido pelas chamas, antes de se chocar contra uma cerca. De acordo com os investigadores, um explosivo foi colocado no veículo, e tudo indica que “o crime foi previamente planejado e ordenado”.
Um inquérito por “homicídio” foi aberto, acrescenta o Comitê responsável pelas principais investigações criminais do país.
Segundo parentes, citados por agências de notícias russas, o intelectual e escritor ultranacionalista Alexander Dugin, 60, seria o alvo da explosão, e sua filha Daria pegou o carro emprestado para esse deslocamento. Promotor da doutrina “eurasianismo”, uma espécie de aliança entre a Europa e a Ásia sob liderança russa, Alexandre Dugin, influencia parte da extrema direita inclusive em outros países, como a França.
Alvo de sanções
Desde 2014, ele é alvo de sanções da União Europeia (EU), tomadas após a anexação da Península da Crimeia pela Rússia. Nos últimos anos, a Ucrânia baniu vários de seus livros, incluindo “Ucrânia, Minha Guerra – Diário Geopolítico” e “A Vingança Eurasiana da Rússia”.
A filha dele, a jornalista e cientista política Daria Dugina, era alvo de sanções britânicas desde julho. Londres a acusa de disseminar “desinformação sobre a Ucrânia” online.
O líder da República Popular de Donetsk (DNR), território autoproclamado separatista pró-Rússia, no leste da Ucrânia, Denis Pushilin, acusou neste domingo as forças ucranianas de estarem por trás do atentado e assassinato de Daria Dugina. “Terroristas do regime ucraniano tentaram liquidar Alexander Dugin, mas explodiram a sua filha”, disse Pushilin no Telegram.
“Se a pista ucraniana for confirmada, e deve ser verificada pelas autoridades competentes, será a política de terrorismo de Estado posta em prática pelo regime de Kiev”, reagiu, também no Telegram, a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova.
Um conselheiro da presidência ucraniana, Mikhailo Podoliak, negou qualquer envolvimento de Kiev neste ataque. “A Ucrânia, sem dúvida, não teve nada a ver com a explosão de ontem, porque não somos um Estado criminoso”, disse Podoliak em um comentário na televisão.