As redes sociais estão alvoroçadas com a notícia de que Cunha convocou Lula e Temer como testemunhas de defesa.
O assunto virou trending topics no twitter. Os internautas fizeram interpretações mirabolantes. Escreveu um, entusiasmado: “Cunha deu uma tacada de mestre ao chamar Temer e Lula para serem suas testemunhas. Quero ver saírem dessa sinuca de bico.”
Outro disse: “Essa foi genial. Ou Temer e Lula defendem o meliante, ou fogem e se ferram com a delação depois.”
Um terceiro decretou: “Com essa Cunha já entrou para a história.”
Estas manifestações — algumas entre tantas — mostram sobretudo a idiotia política de largas porções de brasileiros.
Porque o real significado do gesto de Cunha é: nenhum.
É apenas mais um gesto teatral de Cunha, parecido com as lágrimas vertidas em nome da família quando finalmente perdeu o cargo.
Para efeitos práticos, chamar Lula e Temer seria o mesmo que colocar o Papa Francisco, Mick Jagger ou Donald Trump como testemunhas de defesa.
Mais efetivo, se ele tivesse alguma disposição de elucidar fatos e não simplesmente embaralhá-los, seria convocar para sua defesa o gerente de seu banco na Suíça.
Mas a última coisa que Cunha pretende é jogar luzes onde possa ainda haver sombras. Sua vida tem sido exatamente o oposto: jogar sombras onde deveria haver luzes.