O racismo gourmet dos baianos ricos. Por Leandro Fortes

Atualizado em 10 de fevereiro de 2019 às 12:01
A socialite Donata Meirelles entre as mucamas de sua festa

POR LEANDRO FORTES

Mucamas, antes de tudo, eram escravas sexuais dos senhores, até o final do século XIX.

Além de seviciadas por pais, filhos e convidados, trabalhavam nos afazeres domésticos, sem descanso, e dormiam no chão, as poucas horas que lhe restavam.

Quando envelheciam, eram jogadas na lavoura, onde morriam de cansaço e inanição.

Essa representação da negra como mucama alegre e sorridente, como nessa festa de Salvador, é um expediente recorrente e lamentável da classe dominante branca baiana, infelizmente, com aquiescência de muita gente boa que não consegue viver longe de uma boca livre.