O real impacto do coronavírus sobre o ouro e o Bitcoin: lucro ou prejuízo?

Atualizado em 9 de abril de 2020 às 17:03

A economia global está sendo impactada pela pandemia do SARS-CoV-2, o novo coronavírus. A bolsa de valores brasileira está em queda constante, com fracas recuperações logo perdidas. Junto a isso, o dólar tem crescido e dois ativos deixam os investidores em dúvida: o Bitcoin e o ouro.

Em vez de um comportamento mais previsível, como tem sido com a bolsa, esses dois ativos tiveram dois momentos. A princípio, tanto o Bitcoin quanto o ouro tiveram quedas consideráveis. No entanto, essa queda tomou um caminho diferente neste mês de março.

O primeiro momento: queda

No fim de fevereiro, o ouro e o Bitcoin sofreram quedas equiparáveis. A surpresa foi grande, especialmente no caso da criptomoeda, que atingiu valores mínimos. Afinal, ambos são tidos como opções de escape em meio a boatos de crises.

Apesar da perda considerável, o ouro ainda mantinha um patamar interessante a quem decidiu comprar ouro. Já o Bitcoin, que caminhava de lado há meses, surpreendeu negativamente os seus investidores, por cair milhares de dólares.

Quem se manteve firme, no entanto, obteve alívio no mês seguinte.

A recuperação: ouro em destaque

Neste mês de março, o Bitcoin tornou a se recuperar e a crescer dois dígitos percentuais no espaço de um dia. Mesmo assim, ainda não está nos patamares vistos no início do ano. O ouro, por sua vez, permaneceu um porto-seguro dos investidores e seguiu com sua alta em 2020.

No total, o metal já saltava quase 30% no início de março, pouco depois de registrar uma queda. A princípio, tudo indica que esse movimento permanecerá com viés positivo. Essa certeza pode ser concluída a partir dos contratos futuros de ouro, que fecharam em alta este dia 23 de março.

Por que o ouro é a escolha dos investidores em tempos difíceis?

Qualquer escalada em tensões políticas ou sinal de crise faz com que os indicadores de ouro fiquem positivos. Isso ocorre porque, diferentemente de cotas de empresas ou fundos imobiliários, o ouro é um ativo real.

Quando um investidor aplica no metal, não está garantindo o seu dinheiro em papéis ou indicadores. Outras opções que envolvem o ouro são fundos de investimento, que cobram taxas em cima da administração.

No entanto, especialistas afirmam que migrar todo o investimento no menor sinal de risco é um erro. Na verdade, o ouro pode ser uma fatia saudável dos investimentos totais, prezando pela já conhecida diversificação.

Entre as sugestões, percentuais entre 10% e 15% fazem parte de uma carteira diversificada.

O mesmo acontece com o Bitcoin?

Uma rápida análise do histórico da mais importante criptomoeda no mercado revela um comportamento similar ao do ouro. Apesar de não estar acumulando uma alta em meses, o Bitcoin tem se recuperado na contramão da bolsa de valores.

No entanto, criptomoedas são justamente o oposto do que é o ouro. São ativos intangíveis e, no caso do Bitcoin, novas moedas ainda são geradas regularmente. O que atrai os investidores em tempos difíceis é algo totalmente diferente.

As criptomoedas como o Bitcoin não possuem regulamentação. Não há um governo por trás que possa limitá-la ou controlá-la. Como uma espécie de “ativo anônimo”, mesmo com sua alta volatilidade, o Bitcoin é notado como um ativo relativamente seguro.

Qual é a melhor decisão nessa pandemia?

O novo coronavírus ainda causará distúrbios consideráveis na economia mundial. Como sempre, investidores com uma visão de longo prazo e ativos escolhidos com boa fundamentação não devem ter medo. O impacto será grande, mas boas empresas tendem a se recuperar.

Assim, o pânico em relação à queda da bolsa de valores não é necessário. Ter uma boa diversificação, inclusive com criptomoedas, pode ajudar nesses tempos de crise. Como mencionado anteriormente, é interessante diversificar a carteira.

Então, se possível, a melhor recomendação é ter investimentos diversos:

· Ouro;

· Dólar;

· Ações;

· FIIs;

· Criptomoeda; etc.

Há quem preveja tempos mais difíceis e, na ausência da impossível certeza em qualquer cenário econômico, a precaução é o melhor caminho. Os investidores que assim fizerem estarão melhor preparados, seja num futuro otimista ou pessimista.