Não é verdade, caros amigos.
Basta olhar na Wikipédia. Quem acha que é um absurdo o Rock In Rio atualmente receber axé não lembra da edição de 1985. Naquele ano, tocaram o forrozeiro Alceu Valença e a forrozeira/frevista Elba Ramalho.
Tocaram também Moraes Moreira e Gilberto Gil. Tocaram os limítrofes pop/mpb Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Lulu Santos, Paralamas do Sucesso e Ney Matogrosso, naquela altura já sem os Secos e Molhados. O Al Jarreau, na época um pop enlatado à Lionel Ritchie, tocou. Até o Rod Stewart, que é rock, claro, mas na fase Do Ya Think I’m Sexy, tocou.
Portanto é idêntico. Sempre teve pop. Sempre teve música brasileira. E sempre teve mais rock. Juntos com esses caras, houve shows do Queen, Whitesnake, Ozzy Osbourne, AC/DC.
Voltemos à Wikipédia. 1991. Foi muito, muito mais pop que o de 2013. Teve New Kids On The Block! Teve George Michael, Prince, INXS, Jimmy Cliff, A-Ha. Inacreditavelmente, teve Roupa Nova.
De rock – rock – Guns & Roses, Sepultura, Titãs, Queensrÿch, Megadeath, Billy Idol e Faith No More. E os limítrofes de costume.
Mas veja bem: nada do que eu disse aqui significa que os artistas não-rock sejam ruins. Exceto pelo Roupa Nova, claro. Mas o Alceu Valença é um mestre, o Gilberto Gil é um gênio, o George Michael é um monstro, o Ney Matogrosso é uma lenda.
Apenas estou dizendo o seguinte: não é verdade que o Rock In Rio virou Pop In Rio. Ele sempre teve um pé no pop e um olho na música brasileira. Rock é mais o trocadilho qua qualquer coisa. Rock ‘n Roll. Rock In Rio.
Voltemos à Wikipédia. 2001. Daniela Mercury, N’Sync, Britney Spears, Five. A mesma cara pasma que fiz para o Roupa Nova (e o mesmo comentário posterior) aqui valem para Sandy & Junior.
Bom. Acho que fiz meu ponto, certo?
Agora só nos resta esperar as atrações do Pop In Rio 2015. Ops… Rock In Rio.