O sangue dos inocentes: 8 crianças já tombaram em consequência da política genocida de Witzel

Atualizado em 19 de maio de 2020 às 13:38
Jenifer Gomes, 11 anos
Kauan Peixoto, 12 anos
Kauã Rozário, 11 anos
Marcos Vinícius, 14 anos
Kauê dos Santos, 12 anos
Ágatha Félix, 8 anos
Ketellen Gomes, 5 anos
João Pedro, 14 anos

Antes de assumir, Wilson Witzel deu a diretriz do governo do Rio de Janeiro na área de segurança:

“O correto é matar o bandido que está de fuzil. A polícia vai fazer o correto: vai mirar na cabecinha e… fogo! Para não ter erro…”

Era o dia 1o de novembro de 2018 e a declaração foi dada em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Não se tem notícia de que algum criminoso tenha sido abatido nas condições colocadas por Witzel, o que já seria um absurdo.

Por que matar a tiro se se pode prender? Seria melhor investigar e desmontar quadrilhas, de traficantes e milicianos, mas, para isso, é preciso mexer no núcleo do sistema de segurança, que é a corrupção.

Guaracy Mingardi, o sociólogo que fez concurso de investigador em São Paulo apenas para conhecer o sistema por dentro e escrever uma dissertação sobre isso, já disse que a polícia é marcada por acertos — com o crime.

“De cada quatro ações policiais, em três há acerto. Em um, a polícia faz o trabalho como deve ser feito, e esclarece o crime, com prisões”, disse.

Com Witzel, no Rio de Janeiro, não é diferente. O DCM publicou reportagem que mostra que a ligação de uma delegacia importante no Estado, a Draco, com o crime organizado, através de milicianos.

A reportagem transcreveu até áudios que mostram a execução de um miliciano rival com a participação de policiais. Alguma providência foi tomada? Não.

Enquanto isso, a PM continua sua incursão por comunidades pobres e crianças estão tombando. Culpa do governador? Sim. Obviamente, ele não mandou PMs atirarem em nenhuma das oito crianças abatidas durante seu governo.

Mas, pelo peso simbólico de suas palavras, liberou PMs para agirem com truculência, não em bairros como o Jardim Botânico ou Leblon, mas nas periferias ou comunidades onde a vida não é, na visão da elite genocida, um bem a ser preservado.

As vítimas dessa política genocida são Jenifer Gomes, de 11 anos, abatida em fevereiro de 2019; Kauan Peixoto, de 12 anos, abatido em março de 2019; Kauã Rozário, de 11 anos, abatido em maio de 2019; Marcos Vinícius, de 14 anos, abatido em junho de 2019; Kauê dos Santos, de 12 anos, abatido em setembro de 2019; Ágatha Félix, de 8 anos, a Menina Maravilha, abatida em setembro de 2019; Katellen Gomes, de 5 anos, abatida em novembro de 2019, e agora João Pedro, de 14 anos, abatido ontem.

Que crime comentam?

Nenhum.

Morreram por nasceram pobres, em comunidades pobres, com amigos pobres, parentes pobres. Pobres num país que não se importa com eles.

Até quando?