O silêncio de Temer sobre o massacre de Manaus leva sua grande marca: a covardia invencível. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 5 de janeiro de 2017 às 9:46
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Mantendo sua tradição de se manter nas sombras, Michel Temer se esconde no momento em que o Brasil vira notícia, mais uma vez, pelos piores motivos.

O silêncio sobre a carnificina de Manaus é constrangedor sob todo e qualquer aspecto. Foram 56 mortos, a maioria degolados. Pessoas que estavam sob a tutela do estado, em masmorras controladas por facções eternas como PCC, Família do Norte, Comando Vermelho etc.

Cármen Lúcia vai à capital do Amazonas. Até o papa se manifestou. Michel faz de conta que não é com ele.

“Quero expressar tristeza e preocupação com o que aconteceu. Convido-vos a rezar pelos mortos, pelas suas famílias, por todos os detidos na prisão e por aqueles que trabalham nele”, declarou Francisco em audiência no Vaticano.

“Eu gostaria de renovar o meu apelo para instituições prisionais sejam locais de reabilitação e reintegração social e que as condições de vida dos detidos sejam dignas de seres humanos”.

Segundo o Estadão, uma espécie de porta voz de Michel, ele “conversou diversas vezes com o ministro da Justiça, Alexandre Moraes”.

“Ele também já falou por telefone com o governador do Amazonas, José Melo de Oliveira, e reforçou a disposição do governo em ajudar no que ‘for preciso para solucionar o caso’”, afirma o jornal.

Mesmo quando se pronuncia, é a contragosto. Sobre a chacina no réveillon, escreveu: “Lamentamos profundamente as mortes ocorridas em Campinas. Manifestamos nosso pesar junto às famílias. Que 2017 seja um ano de mais paz!”

Assunto encerrado.

Não dá para esperar muito de um presidente que foge de velórios, mas MT exagera na confirmação de expectativas. Ao tomar novo chá de sumiço, desta vez diante de um massacre, ele chancela a grande marca de seu governo: a covardia.