O sonho do nazifascista é levar uma surra. Por Moisés Mendes

Atualizado em 18 de julho de 2023 às 7:12
Homem apanha de fãs durante show do Sepultura. Foto: Reprodução

O que um nazista foi fazer no show do Sepultura ao se posicionar perto do palco e dirigir ofensas contra o vocalista negro Derrick Green? Foi pedir para levar uma surra.

Aconteceu no dia 8 de julho, num show em Fortaleza, mas o vídeo com o ataque ao nazistão (no pé desse texto) só começou a circular na tarde dessa segunda-feira.

O público percebe que o homem, não identificado, faz uma saudação nazista e se dirige a Green e logo começa a ser espancado por um grupo.

Como alguém aparece num ambiente com milhares de pessoas para ofender a banda que se apresenta e provocar reações da própria plateia?

O fascista estava ali porque queria apanhar. É o sonho deles. Assim como queriam apanhar de cassetete os invasores de Brasília no 8 de janeiro.

Eles criaram situações que exigiam repressão, e a polícia não reagiu, por omissão, por cumplicidade e por covardia. Principalmente por covardia.

Os manés e os terroristas do 8 de janeiro frustraram-se tanto quanto os que tentam, todos os dias, provocar reações violentas de antifascistas.

Como teria ocorrido no campus da Universidade Federal de Santa Catarina, segundo um militante do MBL que apareceu na internet com hematomas de photoshop.

E como fazem, como provocação, os deputados de extrema direita nas CPIs do Golpe do MST. Eles tentam produzir situações que os transformem em vítimas de agressões.

É assim também que eles provocam confrontos com ministros do Supremo, principalmente com Alexandre de Moraes. Um fascista quer se consagrar como agredido por uma autoridade do STF.

Foi o que aconteceu em Roma. A investida contra um inimigo da extrema direita é sempre uma ação planejada para obter algum resultado violento.

Tanto que corre entre os tios do zap do fascismo a versão de que foi o filho de Moraes o agressor, e não o tio bolsonarista, empresário, de 71 anos, nem o filho dele.

Eles esperam que alguém tente impor uma reação física diante de uma agressão, numa reação natural de defesa, e o cenário está criado.

Uma reação de defesa que nunca partiu de macho algum na Câmara quando, por várias vezes, a deputada Maria do Rosário foi agredida por Bolsonaro.

Sempre faltou um macho para tentar conter o agressor de mulheres. Um homem que seja capaz de parar a investida de um fascista contra uma mulher ou um ministro do Supremo.

Os que contiveram o nazista em Fortaleza sabem que faltam machos capazes de agir, quando todos os limites foram ultrapassados.

Não deveriam ter reagido com violência? Não. Deveriam ter apenas retirado o nazista do meio público? No colo?

O certo é que todos os limites foram ultrapassados pelo fascismo há muito tempo.

O ativista do fascismo sabe que a polícia não consegue contê-lo. Sabe que o Ministério Público age por exceção, enquanto a maioria observa. E sabe que o sistema de Justiça não tem a bravura de Alexandre de Moraes.

Originalmente publicado por Blog do Moisés Mendes

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