O tenista mais carismático da história

Atualizado em 31 de janeiro de 2013 às 20:15

Vejo tênis, hoje, com muito mais serenidade do que nos tempos de Guga.

guga

“VOCÊ CONHECE o Brasil?”

A pergunta da repórter do Sportv não foi exatamente brilhante. Mas a resposta de Novak Djokovic, tenista sérvio que é o número 3 do mundo, foi.

“Claro que sim. Vocês têm aquele que foi provavelmente o tenista mais carismático da história, Guga.”
Hmmm. Saudade do Guga. De seus gemidos ao bater na bola. De sua esquerda incomparável de uma mão apenas. De sua direita potente e de seu saque de gente grande. De sua candura, de seu patriotismo bocó e multicolorido. Da elegância com que ele dava como boas as bolas boas que os juízes cantavam fora. De sua mãe na arquibancada. De Larri com seu bigodinho enigmático de Hitler.

Nunca mais houve Pelé.

Nunca mais houve Senna.

Nunca mais haverá Guga.

E curioso. Via tênis aflito nos tempos de Guga. Hoje vejo com tranquilidade.

Marco Aurélio, o imperador filósofo, disse em suas Meditações que uma das coisas fundamentais que aprendeu de seus mestres de filosofia era não torcer nos confrontos esportivos de sua Roma antiga.

A indiferença cultivada evitou que ele oscilasse entre a euforia e a depressão, como os pobres de espírito que se comprimem nas arquibancadas, e o ajudou na paz de espírito.

Vejo tênis, hoje, com muito mais serenidade do que nos tempos de Guga.

Mas que saudade.