Jair Bolsonaro pretende imitar Donald Trump em mais um lance de falta de dignidade, republicanismo, vergonha na cara e, eventualmente, insanidade.
Ele não quer sair do Palácio da Alvorada, cujos portões abriu para golpistas passearem e acamparem. O imóvel não é dele, evidentemente, mas isso é o que menos importa para o sujeito.
Futuro chefe da Casa Civil, Rui Costa afirmou à GloboNews que o gabinete de transição tentará antecipar a liberação de uma das residências oficiais do governo para prepará-la minimamente para Lula ocupá-la já no início do mandato.
Costa lembrou que a “tradição” manda que se ofereça ainda durante a transição uma casa para o presidente eleito.
Lula, no entanto, está no hotel Meliá porque nenhum imóvel foi disponibilizado. “O mínimo que se tem de fazer por qualquer um que compra um apartamento é higienizar, fazer a pintura, a arrumação. Gastam-se alguns dias”, falou. “Talvez seja a primeira vez na história do Brasil que isso aconteça”.
Em seu livro sobre Donald Trump, a jornalista do New York Times Maggie Haberman relata que o ex-presidente passou dias após sua derrota dizendo a auxiliares que não deixaria a Casa Brança em 20 de janeiro, como é costume nos EUA.
“Simplesmente não vou embora”, disse Trump a um assessor, de acordo com Haberman. “Como você pode sair quando ganhou uma eleição?”
Trump, é claro, acabou cedendo e se mudou no mesmo dia da posse de Joe Biden, poupando as autoridades de escoltá-lo à força para fora a mando do novo inquilino.
Assim como no caso de Bolsonaro, não há precedente para isso. O paralelo histórico mais próximo nos Estados Unidos, Haberman relata, foi quando Mary Todd Lincoln se recusou a deixar a Casa Branca por quase um mês depois que seu marido Abraham Lincoln foi assassinado.
Foi despejada e, posteriormente, declarada insana e internada em uma instituição para doentes mentais.