O voto de Fachin no TSE não foi nada além do gol de honra combinado para legitimar o placar. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 1 de setembro de 2018 às 11:24
“Vem ni mim que eu sô Fachin”

 

Muita gente boa viu na peroração de Edson Fachin no TSE uma luz em meio às trevas.

Balela.

Em nota plantada no Painel da Folha, ele teria surpreendido “colegas do Supremo e também antigos amigos do mundo acadêmico ao votar pelo registro de Lula na corrida eleitoral”.

Fachin foi a divergência de Barroso que serviu para dar mais legitimidade à decisão de excluir Lula das eleições.

O gol de honra da partida combinada.

Se houvesse o mínimo risco de ser seguido, jamais teria a ousadia. Ele e os colegas sabiam disso, tanto que triunfou o 6 a 1.

Segundo a votar, afirmou que, apesar de o ex-presidente estar inelegível pela Lei da Ficha Limpa, a decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU garantia sua participação no pleito, mesmo estando preso.

“O cumprimento está relacionado com dever de boa-fé. Descumpri-la pode violar o dever de boa-fé, uma vez que, na prática, o que estamos a fazer é esvaziar a competência do comitê prevista em regras do qual o Brasil é parte”, disse.

Conta outra

Blablablá.

Relator da Lava Jato no STF, Fachin não concedeu habeas corpus a Lula. Submeteu ao plenário e seu voto foi contra.

Não falhou uma única vez em seu papel de vingador.

Insuflou ainda mais o antipetismo na mídia com a história, jamais comprovada, de que estava sofrendo ameaças.

No início de agosto, defendeu a “celeridade em matéria eleitoral” no caso de Lula, “importante para não deixar dúvida no procedimento”.

O que se viu no tribunal não foi coragem, convicção ou honestidade intelectual, mas cálculo para deixar tudo como está.