Olavista Adolfo Sachsida, novo ministro de Minas e Energia, diz que Pinochet é de esquerda

Atualizado em 11 de maio de 2022 às 10:14
Sachsida e Bolsonaro

O novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, nomeado nesta quarta-feira (11) pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), coleciona declarações polêmicas e às vezes mais extremistas que as do próprio chefe.

Servidor de carreira do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Sachsida é discípulo do “guru do bolsonarismo”, Olavo de Carvalho, que morreu em janeiro deste ano. Já foi Secretário de Política Econômica entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2022 na pasta comandada por Paulo Guedes.

O ministro era ligado ao MBL (Movimento Brasil Livre) em 2014, época das manifestações golpistas contra o governo de Dilma Rousseff. Ele tentou se eleger deputado distrital em 2014, pelo DEM, mas fracassou, recebendo apenas 3.372 votos.

Em setembro de 2021, durante uma entrevista, ele disse que o ex-ditador chileno Augusto Pinochet, principal nome do brutal regime militar que assolou o país nos anos 1970, era “de esquerda”.

“Ele colocava o Estado acima do indivíduo. Então desse jeito, ele é um esquerdista, porque ele coloca o Estado acima da liberdade individual. Mas, por outro lado, Pinochet cria um sistema de preços via mercado, ele queria a propriedade privada. Então, na parte econômica, Pinochet era de direita. Na parte política, era de esquerda”, afirmou Sachsida, com sua língua presa.

Na mesma entrevista, o então assessor do Ministério da Economia declarou que é difícil justificar uma dívida histórica com a população negra, pois os “últimos a sofrerem” no Brasil foram italianos, alemães e japoneses.

“Eu entendo que se queira falar em reparação histórica, pois os negros foram escravizados no Brasil. O último grupo que foi extremamente maltratado no Brasil, não foi negro. Foram alemães, italianos e japoneses. É difícil você argumentar que 200 anos depois do final da escravidão, exista uma dívida histórica”, disse.

No início da pandemia de Covid-19, a GloboNews deu espaço para Sachsida esbanjar seu negacionismo. O ministro disse à repórter Ana Flor que “a melhor vacina contra o coronavírus é avançarmos na agenda de reformas”.

O negacionismo do ministro se estende para os trabalhores no Brasil. “Quando você não tem leis trabalhistas, isso de maneira alguma é contra o trabalhador”, afirmou ele em outra entrevista.

Sachsida nega até que a China seja uma potência mundial. “A China, me desculpe a honestidade, é uma merda”, declarou.

Veja essa e outras declarações absurdas do novo ministro de Minas e Energia: