O senador Omar Aziz, presidente da CPI da Covid, abriu a sessão desta terça, 10, criticando o desfile de tanques do Exército pela Esplanada dos Ministério para intimidar o STF e o Congresso no dia em que os deputados vão votar a PEC do voto impresso.
“Há pessoas morrendo, fome em vários cantos do país, desemprego em alta, economia cambaleando, enquanto se discute uma pauta superficial e golpista; que torna o Brasil um país pequeno, sem rostos e não somos isso”, disse Aziz, emocionado.
Tanque de desfile militar de Bolsonaro é lata velha fabricada em 1971
Chamando a ação de lamentável, Aziz mandou recado aos militares e essa clara tentativa de intimidação:
“Não aceitamos o ataque a democracia”, disse.
“Lá atrás, quando atitudes de colocar tanque de guerra para tentar impedir voto direto não houve punição e agora se repete. Democracia respeita as diversidades. A minoria também é respeitada por suas opiniões, atos e gestos dentro da forma da lei”.
Se dirigindo a Bolsonaro, o presidente da CPI disse que o mandatário “está evidenciando toda a fraqueza de um presidente acuado pelas investigações de corrupção. Cria uma encenação, uma coreografia para mostrar que tem o apoio das Forças Armadas”.
“A pauta golpista nos torna um país pequeno, sem rosto”, prosseguiu Aziz. “Em 1984 estava eu em Brasília quando o general Nilton Cruz colocou seus tanques contra o voto direto. E como não houve punição, estamos vendo de novo”.
Os demais senadores de oposição discursaram contra a iniciativa de Bolsonaro, qualificada de bravata.
“Patético”, disse Randolfe Rodrigues.
Por fim, informou que a CPI vai seguir seu caminho, sem se intimidar.