Publicado originalmente no blog Tijolaço
POR FERNANDO BRITO
O sr. Nélson Teich foi nomeado quinta-feira para o cargo de interventor no Ministério da Saúde.
Afora os discursos protocolares, insossos e sem conteúdo, e a não ser por declarações genéricas sobre reunir informações – e nem uma palavra sobra a necessidade de isolamento social, restrita a um artigo desatualizado de dias antes – nada mais disse.
Enquanto isso, por palavras e atos, o seu chefe, Jair Bolsonaro, repete os comportamentos inadequados, esfrega as mãos no nariz e repassa as gosmas infectantes para os fanáticos que se amontoam a seu lado.
Hoje, no meio do dia, viajou para o Rio e volta amanhã a Brasília para ficar calado, por falta absoluta do que dizer, numa teleconferência com ministros do G-20.
Escafedeu-se das tradicionais coletivas para balanço dos números e ações do Ministério na sexta e hoje.
Teich começa a demonstrar o que é o seu alinhamento total com Bolsonaro: ficar calado e deixar que a voz do Governo Federal ser a de nosso “Beato Salu” presidencial.
Numa guerra antiepidêmica parece que sua voz de comando será o silêncio.
E, portanto, o enfrentamento da crise está entregue, apenas, à linha de frente.
Não temos, mesmo, um governo de generais, mas de ajudantes-de-ordens.
E de criados-mudos.