ONG: Há pelo menos 17 mortos na Barra do Sahy

Atualizado em 19 de fevereiro de 2023 às 22:18
São Sebastião após fortes chuvas na região
Foto: Divulgação/Defesa Civil de São Sebastião

O Instituto Verdescola, na Barra do Sahy, em São Sebastião, está servindo de base para o resgate de vítimas dos deslizamentos que atingiram a comunidade Vila Sahy. A região da praia está totalmente isolada, sem acesso por terra após fortes chuvas atingirem o Litoral Norte de São Paulo.

“Estou com 17 corpos da minha comunidade lá dentro”, contou a advogada Fernanda Carbonelli, moradora de São Sebastião, à Folha de S.Paulo. “Há muitas crianças. Ainda tem muita gente soterrada aqui.”

Carbonelli afirmou que os corpos estão em uma sala fechada, enquanto não chegam instruções sobre como serão realizadas as remoções. O primeiro helicóptero de resgate chegou ao local por volta das 16h e priorizou o transporte de um grupo de três feridos em estado grave.

Outro helicóptero enviado para resgaste não conseguiu pousar novamente no local e, com a chegada da noite a situação fica mais difícil, pois não há energia elétrica. “Não temos ideia da situação morro acima, achamos que tem muita gente nos escombros”, disse Carbonelli.

“É um cenário de guerra. Rio e mar viraram uma coisa só. Pessoas foram arrastadas pela enxurrada”, afirmou.

A Defesa Civil já confirmou mais de 24 mortes no litoral paulista. O prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), disse que é possível haver um número ainda maior de óbitos.

“A estrada [Rio-Santos] simplesmente não existe mais em alguns trechos. O maior deles, de aproximadamente 500 metros, desapareceu por completo”, afirmou Augusto.

Estimativas iniciais do município apontam que cerca de 50 casas desmoronaram nos bairros Vila do Sahy e Barra do Sahy ou nas imediações. Essa é a área mais prejudicada. Carbonelli diz que há cerca de 70 residências soterradas na comunidade.

Segundo Carbonelli, os atendimentos estão sendo realizados com o apoio de cinco médicos e um enfermeiro, além da ajuda de um psicólogo no amparo às famílias, todos voluntários da ONG e proprietários de casas nas praias da Baleia e Sahy.

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