Diante da sede do Casino, em Saint Etienne, no sudeste da França, as ONGs citaram a “lei sobre o dever de vigilância”, um texto francês de março de 2017 que obriga as empresas baseadas no país e empregando mais de 5 mil pessoas no território, ou mais de 10 mil no mundo, a tomar medidas efetivas para prevenir os atentados aos direitos humanos e ao meio ambiente em toda a cadeia de produção.
O Casino conta com mais de 11 mil lojas e detém a maior cadeia de supermercados do Brasil, através de sua filial Pão de Açúcar, e na Colômbia, com o Exito. Em 2020, a América Latina representou 46% das vendas do grupo.
Risco para o planeta
Sébastien Mabile, do Seattle Avocats, destacou durante a coletiva “um risco para o planeta inteiro” e que esta é uma “ação inédita (…), a primeira sobre responsabilidade fundada na Lei de vigilância (…) uma lei pioneira”. A ação visa obter do Casino “medidas eficazes de rastreabilidade” de produtos bovinos, completa Mabile.
“Pedimos ao Grupo Casino que tenha uma rastreabilidade rígida desde a primeira etapa de produção da carne até quando o produto é vendido em seus supermercados”, sublinhou Boris Patentreger, cofundador da ONG francesa Envol Vert, presente principalmente na Colômbia.
A coalizão pede também ao Casino mais de € 3 milhões em indenização, especialmente para as “centenas de milhares de indígenas” afetados, “por falta de vigilância” do grupo francês.