
Após a votação da resolução proposta pelo Brasil sobre o conflito entre Israel e o Hamas, agendada para a manhã desta quarta-feira (18), o Conselho de Segurança da ONU convocará uma reunião de emergência a pedido dos Emirados Árabes, Rússia e China para discutir o ataque a um hospital cristão vinculado à Igreja Anglicana na Faixa de Gaza.
O ataque ao hospital, cuja autoria ainda não está clara e que agora está no centro de uma disputa de versões, gerou tensões entre as missões no Conselho de Segurança, agravando ainda mais um ambiente já carregado, de acordo com diplomatas acompanhando as negociações.
Mais de 500 pessoas foram mortas, a maioria de crianças e mulheres, após um míssil atingir o hospital Al-Ahly Arab, no centro da cidade de Gaza, nesta terça (17).
As expectativas para a aprovação da resolução também não são otimistas. Diplomatas avaliam que o cenário mais provável envolve um veto dos Estados Unidos.
Os EUA se mantiveram afastados das negociações nos últimos dias, alegando que Washington desejava aguardar o retorno de Joe Biden de sua viagem a Israel, que começa nesta quarta. As informações foram divulgadas pelo Blog da Julia Duailibi, do G1.

Para que a resolução proposta pelo Brasil seja aprovada, são necessários nove dos 15 votos do Conselho de Segurança. No entanto, os membros permanentes possuem poder de veto, incluindo os Estados Unidos e a Rússia. O veto dos Estados Unidos é considerado o mais provável, mas uma posição semelhante da Rússia também não pode ser descartada.
O texto da resolução do Brasil foi revisado várias vezes desde a última sexta-feira (13) para torná-lo aceitável para a maioria dos membros do Conselho.
A última alteração foi feita na manhã de terça-feira (17), mas a tradução para seis línguas diferentes impediu que a análise ocorresse no mesmo dia.
O presidente Lula instruiu o corpo diplomático brasileiro a submeter a resolução à votação, mesmo sob o risco de derrota, com a avaliação de que o Brasil precisa agir diante de uma situação extremamente grave.