
Caminhões com alimentos e suprimentos começaram a entrar neste domingo (12) na Faixa de Gaza, marcando o início da ajuda humanitária após o cessar-fogo firmado entre Israel e o Hamas. A trégua, que encerra dois anos de guerra, abriu caminho para a distribuição de mantimentos ao povo palestino, em meio à expectativa pela libertação de reféns israelenses.
De acordo com as autoridades israelenses, o Hamas deve libertar 20 reféns até a manhã desta segunda-feira (13). A entrega será feita à Cruz Vermelha, responsável pelos primeiros atendimentos médicos antes da transferência dos sequestrados para equipes do Exército de Israel. O governo de Benjamin Netanyahu afirmou que a liberação poderá ocorrer ainda neste domingo, caso o grupo palestino conclua os preparativos logísticos.
Segundo a ONU, a operação de ajuda humanitária pretende atender mais de 1,5 milhão de palestinos em situação de vulnerabilidade. “Com acesso seguro e sustentado, podemos alcançar 1,6 milhão de pessoas em três meses com pão, farinha e cestas básicas”, informou a organização em comunicado. Mais de 100 mil pacotes de pão fresco estão sendo distribuídos diariamente na região.
In #Gaza, people finally dare to hope again.
Families are on the move, searching for safety and a chance to rebuild.
Aid teams are scaling up food, shelter and medicine to reach the most vulnerable.
You can help: https://t.co/AdU4I7GQCv#Ceasefire pic.twitter.com/mxFmIn3FkH
— UN Humanitarian (@UNOCHA) October 12, 2025
Durante os dois anos de conflito, cerca de 90% dos moradores de Gaza foram forçados a deixar suas casas. A ONU estima que 58 mil mulheres grávidas ou lactantes ficaram desnutridas devido à escassez de alimentos. Com o cessar-fogo, parte dos deslocados começou a retornar às áreas destruídas, onde equipes locais e internacionais tentam restabelecer os serviços básicos.
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) relatou que estradas estão sendo reparadas para garantir o fluxo contínuo de caminhões, e que estoques de farinha e remédios já foram enviados. A expectativa é que, com a estabilidade do cessar-fogo, o volume diário de ajuda atinja o mesmo patamar de antes da guerra — cerca de 600 caminhões por dia.
O acordo mediado por Donald Trump prevê, além da libertação de reféns, a retomada gradual da entrada de suprimentos e a reconstrução da infraestrutura essencial de Gaza. Organismos internacionais afirmam que a prioridade agora é garantir que a trégua se mantenha e que a ajuda alcance todas as áreas afetadas pela guerra.