ONU quer que governo Bolsonaro explique ameaças a indígenas

Atualizado em 27 de abril de 2022 às 10:51
ONU cobra expliações do governo bolsonaro sobre intimidações a representantes indígenas
Jair Bolsonaro
Foto: Reprodução

Após ameaças e desrespeito do governo de Jair Bolsonaro (PL) a indígenas que estavam presentes na Conferência da ONU sobre o Clima (COP26), relatores cobraram explicações sobre a situação. O evento ocorreu em Glasgow, na Escócia, em novembro de 2021. A carta é de 18 de fevereiro de 2022, assinada pelos relatores Mary Lawlor, David R. Boyd, Irene Khan e José Francisco Cali Tzay.

A promessa do governo bolsonarista era a de se apresentar como um parceiro legítimo nas negociações e de reduzir de desmatamento. No entanto, o presidente foi um dos chefes de estado a não viajar até a Escócia. “Não te devo satisfação, rapaz”, afirmou após questionamento sobre sua ausência.

Segundo o documento, um dos principais casos de intimidação na Conferência foi o da ativista indígena Alessandra Korap Munduruku, coordenadora da Associação Indígena Pariri na região Tapajós Itaituba.

“Durante a Conferência (em Glasgow), ela, juntamente com outros líderes indígenas, denunciou a invasão de corporações em territórios indígenas, incluindo projetos de mineração e hidroelétricas, bem como a falta de proteção do Estado, e seu fracasso na demarcação de territórios indígenas”, disse a carta.

“Durante a COP26, a Sra. Munduruku e outros ativistas indígenas receberam ameaças e foram intimidados depois de denunciarem grandes corporações e o governo brasileiro”, afirmou. Na Conferência em Glasgow, Munduruku teria sofrido “uma reprimenda agressiva por parte de um indivíduo não identificado que questionava que os povos indígenas estavam “misturando política e meio ambiente”.

No entanto, ao retornar a sua comunidade, a ativista continuou sofrendo com intimidações, como roubo e vandalização de sua casa, o que a forçou e sua família a se mudarem para garantir sua segurança.

“Queremos expressar nossa preocupação com as acusações”, disseram. “Em particular, estamos preocupados com as alegações de atos de intimidação durante a participação da Sra. Munduruku na COP26 da ONU e com os incidentes que se seguiram ao seu retorno”, alertaram.

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