ONU registra um caso de feminicídio a cada 10 minutos no mundo

Atualizado em 25 de novembro de 2024 às 14:12
Mulher em protesto contra violência de gênero em São Paulo. Foto: reprodução

Apenas em 2023, pelo menos 85 mil mulheres foram assassinadas por pessoas próximas de forma intencional em todo o mundo, revelou um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado nesta segunda-feira (17). O estudo, produzido pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e pela ONU Mulheres, destaca que “um nível alarmante” de mortes poderia ter sido evitado com ações preventivas e políticas eficazes.

Segundo os dados, 60% das vítimas foram mortas dentro de suas próprias casas, frequentemente por seus parceiros ou familiares próximos. Esse padrão faz do ambiente doméstico o lugar mais perigoso para mulheres em escala global.

O estudo ainda indica que, a cada 10 minutos, uma mulher é morta em decorrência de violência de gênero. Em termos regionais, o Caribe, a América Central e a África apresentam as taxas mais altas de feminicídios, seguidos pela Ásia. Nas Américas e na Europa, os crimes geralmente são cometidos por parceiros íntimos, enquanto em outras partes do mundo, membros da família têm maior participação nesses atos.

Muitas das mulheres que perderam suas vidas já haviam relatado episódios de violência física, sexual ou psicológica antes de serem assassinadas. Segundo o relatório, a existência de ordens judiciais ou outras medidas de proteção poderia ter evitado algumas dessas mortes.

Com a participação de Luiza Brunet, mulheres fazem ato contra feminicídio em Curitiba. Foto: Roberto Dziura Jr/AEN

Desde 2010, as taxas de feminicídio permanecem estáveis ou apresentam leve redução em algumas regiões, mas ainda estão longe de níveis aceitáveis. A ONU aponta que essa forma de violência está profundamente enraizada em normas culturais e práticas que perpetuam a desigualdade de gênero.

Os números refletem um fenômeno global, sem barreiras de classe social ou faixa etária. “O feminicídio é uma tragédia que atravessa fronteiras e impacta todas as sociedades”, afirmou Sima Bahous, diretora da ONU Mulheres.

Bahous destacou que os feminicídios não são inevitáveis e apelou por esforços mais consistentes para reforçar a legislação, melhorar a coleta de dados e implementar programas de educação e conscientização.

A ONU também recomendou que os países promovam maior proteção às vítimas, garantindo medidas de prevenção efetivas e fortalecendo mecanismos de denúncia. Segundo o UNODC, a análise abrangeu dados de 107 países, evidenciando a necessidade urgente de ações coordenadas em âmbito global.

Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
?Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line