Onyx Lorenzoni x Paulo Gudes: Disputa no Senado revela racha no núcleo duro do governo Bolsonaro. Por Kennedy Alencar

Atualizado em 2 de fevereiro de 2019 às 11:45
Onyx Lorenzoni e Paulo Guedes

PUBLICADO ORIGINALMENTE NO BLOG DO AUTOR

Impasse no Senado é mais um resultado do desrespeito à Constituição e aos ritos da política, como cansamos de ver nos últimos anos. Davi Alcolumbre (DEM-AP) não poderia ter feito o que fez. A regra é voto secreto. Mas, para derrubar Renan Calheiros (MDB-AL), que tem lá o seus pecados, optou-se pelo casuísmo institucional.

De novo, estamos vendo no Brasil gente aplaudir o infortúnio de Renan, mas amanhã o feitiço poderá se voltar contra o feiticeiro.

Mas isso é detalhe perto do que rola nos bastidores.

Onyx Lonrezoni, ministro-chefe da Casa Civil, trava uma batalha contra o colega da Economia, Paulo Guedes. Para além de Renan, há disputa sanguinolenta no núcleo do novo governo.

Esse tipo de contenda costuma cobrar um preço alto da agenda legislativa de interesse do presidente de plantão.

No Senado, hoje não era Renan x Alcolumbre. Era Onyx contra Guedes.

Para o ministro da Economia, a dupla Maia-Renan tem mais chance de entregar a reforma da Previdência do que Onyx e seus articuladores do baixo clero parlamentar. A sorte foi lançada. Neste sábado tem mais BBB no Congresso Nacional.

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Agora a conversa é outra

Deu Rodrigo Maia (DEM-RJ) na Câmara. Reeleito presidente, ele abraçará a agenda liberal defendida por Guedes, mas manterá compromissos que assumiu com setores da oposição. E terá uma caneta cheia de tinta para lidar com uma articulação política amadora da parte do Palácio do Planalto.

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Barbaridades a granel

Por gentileza, escutem a partir dos 25 minutos e 10 segundos no áudio abaixo o comentário sobre a entrevista do ministro da Educação à revista “Veja”.

Ricardo Vélez é despreparado para o cargo. Ofendeu os brasileiros e o país que lhe deu cidadania. Partiu de um diagnóstico errado formulado pelo presidente Jair Bolsonaro quando o convidou para o ministério mais importante da República.

Erra ao falar das universidades e das cotas. Erra no todo. Enfim, é dose para leão. Vélez é escolha equivocada para a educação brasileira.