“Onyx tem minha confiança pessoal”: juiz do céu e da terra, Moro é o Abonador Geral da República. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 4 de dezembro de 2018 às 18:48
Moro, Onyx e outros inocentes

Existem a Justiça dos homens e a de Sergio Moro.

O futuro ministro da Justiça e Segurança de Jair Bolsonaro reafirmou nesta terça, dia 4, sua fé no ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni.

Onyx, como se sabe, assumirá a Casa Civil a partir de janeiro.

E Onyx, como se sabe, admitiu ter feito uso de caixa 2. O vídeo dele, contrito, está no YouTube (veja no pé deste artigo).

Fachin determinou a abertura de um processo para investigar repasses feitos pelo grupo J&F, dono da JBS, atendendo a um pedido de Raquel Dodge.

Nada disso importa para Moro.

“Eu já me manifestei anteriormente. É uma questão de Onyx. O que vejo é um grande esforço para a aprovação das 10 medidas do Ministério Público, razão pela qual foi abandonado por grande parte de seus pares”, falou.

“Ele tem minha confiança pessoal.”

Pronto!

Sergio Moro decide quem é culpado ou inocente a partir exclusivamente de seu escrutínio.

Juiz do céu e da terra, ele funciona como os conselheiros dos monarcas da Mesopotâmia. Um deles era o sábio Ajicar, “de cujo conselho dependia toda a Assíria”, diz a Bíblia.

Bastava um aceno de cabeça de Ajicar para o mortal viver ou morrer.

Em seu atual papel, Moro está mais à vontade para exercer sua parcialidade.

Basta sua bênção e todos os membros de governo Bolsonaro que estiverem enrolados passam a ser automaticamente inimputáveis. 

Moro dixit!

Amém.