
A Polícia Civil interditou 49 postos de combustíveis nesta quarta-feira (5) em cidades do Piauí, Maranhão e Tocantins, durante a Operação Carbono Oculto 86, que apura um esquema de lavagem de R$ 5 bilhões ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), o grupo usava empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para movimentar dinheiro do crime e fraudar o setor de combustíveis.
A Justiça determinou o sequestro de R$ 348 milhões em bens de 10 pessoas e 60 empresas. Entre os bens apreendidos estão quatro aviões — Raytheon Aircraft 400A, Aircraft Astra SPX, Aircraft C90A e Cessna Aircraft 210M —, além de um Porsche avaliado em mais de R$ 550 mil. As aeronaves serão encaminhadas à Anac para inserção de restrições nos registros.
Foram cumpridos mandados em casas de luxo e apartamentos em Teresina, além de um imóvel em Araraquara (SP). No Piauí, 16 postos interditados ficam na capital.
Cidades atingidas pela operação
Os postos interditados estão distribuídos em Teresina, Lagoa do Piauí, Demerval Lobão, Miguel Leão, Altos, Picos, Canto do Buriti, Dom Inocêncio, Uruçuí, Parnaíba e São João da Fronteira (PI); Caxias, Alto Alegre e São Raimundo das Mangabeiras (MA); e São Miguel do Tocantins (TO).
A rede HD, com dezenas de postos nos três estados, foi o ponto de partida da investigação. A empresa foi vendida em dezembro de 2023 para a Pima Energia e Participações, criada apenas seis dias antes da operação. A coletiva de imprensa com o Ministério Público do Piauí está marcada para as 11h desta quarta-feira (5), em Teresina.
Cerca de 50 postos de combustíveis foram interditados nesta quarta-feira (5) em cidades do Piauí, Maranhão e Tocantins, durante operação que investiga um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao PCC. #GloboNewsEmPonto
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— GloboNews (@GloboNews) November 5, 2025
Os alvos
Entre os principais investigados estão Haran Santhiago Girão Sampaio, Danillo Coelho de Sousa, Moisés Eduardo Soares Pereira, Salatiel Soido de Araújo, Denis Alexandre Jotesso Villani e João Revoredo Mendes Cabral Filho.
Os investigados estão proibidos de deixar Teresina, mudar de endereço sem autorização judicial ou manter contato entre si, inclusive por redes sociais e aplicativos de mensagem.
Como funcionava o esquema
De acordo com a polícia, as empresas envolvidas movimentaram R$ 5 bilhões de forma atípica, com indícios de ligação direta com os mesmos operadores investigados na primeira fase da Carbono Oculto, considerada a maior operação contra o crime organizado já realizada no país. Os suspeitos utilizavam laranjas, fundos de investimento e fintechs para ocultar os verdadeiros beneficiários.
A investigação aponta que parte dos postos vendia combustível adulterado e usava fraudes fiscais para sonegar impostos. Os policiais também descobriram remessas de R$ 700 mil de um dos investigados para uma empresa já citada em outro braço da operação.