Oponentes no golpe de 2016, Reale e Cardozo se unem em manifesto pró-democracia

Atualizado em 27 de julho de 2022 às 7:25
Miguel Reale Jr e José Eduardo Cardozo, juntos pela democracia (Foto: Câmera dos Deputados)

Em lados opostos no golpe de 2016 que derrubou a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), os advogados Miguel Reale Júnior e José Eduardo Cardozo assinaram juntos um manifesto em favor da democracia que aglutinou personalidades do mundo jurídico, artístico e empresarial.

Ambos são ex-ministros da Justiça: Reale ocupou o cargo na gestão de Fernando Henrique Cardoso o petista, na gestão da presidenta derrubada e se uniram com um inimigo em comum: a ameaça golpista representada pelo atual ocupante do Palácio da Alvorada. Mais do que signatários, ambos foram articuladores do movimento e angariaram apoios relevantes na sociedade civil.

“Há um objetivo central único, que une todas as linhas diversas, que é a proteção da democracia e da justiça e a proteção das instituições. Porque o Bolsonaro veio ao longo de seus anos de governo desconstruindo a República, suas instituições, solapando a participação da sociedade civil”, afirmou Reale Júnior ao Estadão.

“Independentemente de divergências políticas, das visões ideológicas, há uma questão maior em jogo que é a defesa da democracia. Há um movimento para que todos somemos esforços para defender a democracia contra a visão autoritária do presidente Bolsonaro”, disse Cardozo.

O manifesto foi engendrado na Faculdade de Direito do Largo São Francisco e possui uma base de amplo espectro ideológico, indo de Armínio Fraga a Luis Gonzaga Belluzo e de Pedro Malan a Rui Falcão