Organização LGBTI+ aciona PF após ameaça de ataque terrorista

Atualizado em 28 de outubro de 2025 às 18:02
Bandeira do orgulho LGBT na parada gay na Rua Augusta. Foto: Divulgação

A Aliança Nacional LGBTI+ acionou a Polícia Federal nesta terça-feira (28) após receber ameaças de atentado terrorista via e-mail. As mensagens, enviadas no último sábado, continham ameaças explícitas à sede da organização, localizada no centro de Curitiba.

Os e-mails mencionavam o uso de armas de fogo, coquetéis molotov e artefatos explosivos, além de insultos homofóbicos e transfóbicos, e incluíam dados sensíveis sobre a instituição e seus membros.

Em um dos e-mails, o remetente identificado como “Pardo Lopes” escreveu: “Vou MUTILAR VOCÊS, ESTRIPAR VOCÊS E EXPLODIR VOCÊS!” Devido à gravidade das ameaças e ao risco iminente à segurança de seus integrantes, a organização decidiu imediatamente acionar a Polícia Federal, solicitando a abertura de um inquérito para investigar o caso e identificar os responsáveis pelos ataques.

Fundada em 2003, a Aliança Nacional LGBTI+ é uma das principais organizações de defesa dos direitos da comunidade LGBTQIA+ no Brasil. A entidade, além de atuar em diversas frentes, busca a alocação de recursos públicos e a formulação de políticas inclusivas para a promoção da diversidade.

Audiência Pública contra os crimes de ódio à comunidade LGBT. Foto: Divulgação

A organização também trabalha ativamente na conscientização e na luta contra a violência e discriminação sofridas pela população LGBTQIA+.

Em entrevista, Toni Reis, diretor-presidente da Aliança, destacou que a ameaça não se dirige apenas à organização, mas atinge toda a comunidade LGBTI+. “O ataque é contra o direito de existir com dignidade”, afirmou Reis, enfatizando a importância de respostas rápidas e efetivas diante de tais atos de violência.

Gregory Rodrigues, coordenador de comunicação da Aliança, ressaltou que a ameaça não é apenas contra a organização, mas contra a democracia como um todo.

“Quando uma organização da sociedade civil é ameaçada por lutar pelos direitos humanos e pela cidadania, o ataque ultrapassa seus integrantes, atingindo a própria democracia”, declarou Rodrigues. Para ele, tais episódios exigem respostas firmes das instituições para que a violência não seja naturalizada como uma ferramenta política.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.