Organizações brasileiras defendem libertação de Julian Assange em evento da ONU

Atualizado em 21 de junho de 2022 às 15:12
Julian Assange
Entidades brasileiras saem em defesa de jornalista
Foto: David G Silvers/Cancillería del Ecuador

Organizações brasileiras, entre elas a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) e o Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), realizam na quinta-feira (23) um evento online em defesa da libertação do fundador do WikiLeaks, Julian Assange. O jornalista australiano é acusado de espionagem após publicar centenas de milhares de documentos secretos a partir de 2010, segundo reportagem da Folha de S.Paulo.

As entidades são contra a extradição de Assange para os EUA, que foi aprovada pelo governo britânico na sexta-feira (17).

“O Caso Assange: Solidariedade Internacional e as Sérias Violações e Precedentes para a Liberdade de Imprensa” vai acontecer paralelamente com a 50ª Sessão Ordinária da Comissão de Direitos Humanos da ONU. O evento será transmitido pelo YouTube ao vivo em inglês e português.

Segundo a reportagem, organizadores confirmaram a participação da mulher de Assange, Stella, e sua advogada, Jennifer Robinson, no evento. Representantes de organizações internacionais como a Federação Internacional dos Jornalistas e os Repórteres sem Fronteiras também estarão presentes.

“Esta será uma excelente oportunidade para denunciar as gravíssimas violações dos direitos humanos implicadas no caso Assange, além de pautar o sistema ONU para que tome providências, defendendo as regras do direito internacional, em especial a Carta da ONU e o artigo 3º da Convenção Europeia sobre os Direitos Humanos”, disse Mara Carvalho, da coordenação executiva da ABJD, conforme a reportagem.

Na sexta (17), a ministra do Interior britânica, Priti Patel, aprovou a extradição de Assange para os Estados Unidos. Em nota, a pasta afirmou que os tribunais do país “não consideraram que a extradição seria opressiva, injusta ou um abuso de processo”. A esposa de Assange diz que ele irá recorrer da decisão.

O jornalista é procurado por autoridades americanas por 18 acusações criminais, incluindo espionagem relacionada ao vazamento de registros militares e telegramas diplomáticos confidenciais via Wikileaks. O governo dos EUA alega que as publicações colocaram vidas em perigo.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu em defesa de Assange na sexta. “Que crime Assange cometeu?”, questionou o petista durante viagem a Maceió. “Se ele for para os EUA, extraditado, certamente é prisão perpétua e certamente ele morrerá na cadeia.”

“Nós, que estamos aqui falando de democracia, precisaremos perguntar: ‘Que crime o Assange cometeu?’ É o crime de falar a verdade, mostrar que os EUA, por meio de seu departamento de investigação, sei lá se da CIA, estava grampeando muitos países do mundo, inclusive grampeando a presidenta Dilma Rousseff”, disse Lula.