Os 9 filmes do 007 que você deveria assistir

Atualizado em 5 de outubro de 2012 às 19:05

Cassino Royale ficou em segundo na nossa lista

A data já diz por si só: 50 anos é digno de nota em qualquer situação, seja ela aniversário, bodas – ou a celebração da mais longa (e lucrativa) franquia cinematográfica da história.

A franquia de James Bond é diferente da maioria das outras: seus filmes não assumem uma linearidade, como Guerra nas Estrelas, Senhor dos Anéis ou Harry Potter, por exemplo. Ou seja, o James Bond de Sean Connery não é necessariamente o mesmo do atual de Daniel Craig. Cada filme vale por si – mesmo quando os atores são repetidos, muitas das sequências não têm ligação com o filme anterior e, algumas vezes, chegam até a ignorá-los completamente.

Na maioria das vezes, é como se cada filme fosse um reboot (recomeço) da franquia – o que fica mais evidente ainda quando ocorre a troca do ator que vive o espião.

Em 50 anos, era impossível que o personagem não tivesse diferentes interpretações. Cada ator que interpretou Bond viveu uma fase do herói – Sean Connery era um Bond mais durão, Roger Moore o mais pastelão e, o atual, Daniel Craig, faz um Bond mais sóbrio e realista.

Mas a verdade é que a essência de Bond está sempre lá: forte, corajoso, sedutor, perigoso, elegante e classudo; James Bond é o ideal do que todo homem gostaria de ser – por isso nossa adoração por ele se torna atemporal, o que leva a acreditar que será uma tarefa praticamente impossível outra franquia ultrapassar a longevidade que a de 007 alcançou.

É então de extrema importância que façamos, comemorando esta data, a lista dos melhores filmes de Bond segundo nossa redação. (Encare-a não apenas como uma lista de bons filmes, mas um manual do homem que você deve ser). Assim, aqui vai a lista dos 9 filmes de James Bond que você deve assistir – e um que, pelo bem do personagem, dos homens, de sua integridade e, por que não?, da humanidade, seja absolutamente evitado e ignorado.

9. Goldeneye (1995)

Goldeneye é um filme que muito significativo na história cinematográfica de James Bond – foi o maior hiato que o personagem viveu (a última produção tinha sido feita em 1989, causando um intervalo de 6 anos); foi o primeiro filme feito pós a dissolução da União Soviética (que marcou grande presença nas produções anteriores e provavelmente a maior produtora de vilões do agente secreto); e o primeiro filme que não foi baseado em nenhuma das histórias escritas pelo autor Ian Fleming, criador do 007.  O filme também marca a estreia de Pierce Brosnan como o agente secreto e é a primeira vez que teve M como uma personagem feminina – sendo a primeira participação de Judi Dench como a chefe de Bond, que faz parte da série até hoje. Na trama, Bond recebe a missão de impedir o sindicato criminoso Janus de adquirir o Goldeneye, um satélite clandestino concebido e lançado pelos soviéticos durante a Guerra Fria.

8. Octopussy (1983)

O 13o filme da série e 6o a contar com Roger Moore como James Bond, o título e história do filme são baseados numa série de pequenos contos do agente secreto da coleção Octopussy and the Living Daylights. A estreia do filme (tradicionalmente feita no cinema Odeon de Leicester Square, em Londres) contou com a presença de Príncipe Charles e Lady Diana. Por conta do tom mais pastelão e brincalhão que caracterizou a encarnação de Bond feita por Roger Moore, os críticos não simpatizaram muito com o filme – que, mesmo assim, não deixa de ser um dos clássicos da franquia. Bond tem a tarefa de seguir um general que está roubando joias e relíquias do governo russo, o que o leva  ao príncipe afegão Khamal Khan e seu sócio, o tal Octopussy. É então que Bond desvenda um plano para desamar a Europa por meio de uma arma nuclear.

7.  Licença para matar (1989)

Licença Para Matar sofreu quando saiu. Foi o segundo e último que estrelou Timothy Dalton como Bond; teve a pior bilheteria da história da franquia; e sofreu com algumas críticas pesadas – as atuais são muito mais positivas e enaltecem pontos que haviam sido vistos como negativos na época de lançamento. Posteriormente, por questões legais, a produção de 007 empacaria ao ponto de sofrer um hiato de 6 anos – que, inclusive, causaria a saída, por desistência, de Timothy Dalton, que tinha contrato para mais um filme da série. A questão da bilheteria também pode ser relevada devido ao grande número de Blockbusters lançados naquele ano: De Volta ao Futuro II, Máquina Mortífera II, Indiana Jones e a Última Cruzada e o Batman de Tim Burton. Licença Para Matar marcou um Bond muito mais sombrio e violento que suas encarnações anteriores (o que, convenhamos, não é muito difícil quando se segue Roger Moore). O filme conta a história do Bond sendo suspenso enquanto busca o traficante Franz Sanchez, que matou a mulher de seu colega de CIA, Felix Leiter, durante sua lua-de-mel. Por questões orçamentárias, foi o primeiro filme de Bond a não ser rodado no Reino Unido – usou como locações Florida e  México. Também marca uma participação especial de um ator então novato em Hollywood e hoje vencedor de Oscar: Benício Del Toro.

6. Moscou contra 007 (1963)

Esse é considerado um dos maiores clássicos de James Bond. Depois do sucesso do primeiro filme (007 Contra o Satânico Dr. No), a United Artists aprovou uma sequência, dobrando o orçamento. O filme é baseado num livro homônimo escrito por Ian Fleming. Como muitos clássicos do cinema, a produção foi considerada um inferno, estourando o orçamento e prazo de gravações do filme. No seu lançamento, Moscou Contra 007 foi um sucesso de público e crítica. Seu sucesso se deve também muito à relevância na época por conta da Guerra Fria – o que leva muitas críticas atuais a o acharem altamente imoral e, claro, tomando partidos, tornando a União Soviética um grande vilão. Na trama, Bond deve auxiliar a deserção de Tatiana Romanova, escrituraria do Consulado Soviético na Turquia, enquanto o grupo terrorista SPECTRE tenta se vingar da morte de Dr. No.

5. O espião que me amava (1977)

O Espião Que Me Amava marca a terceira participação de Roger Moore como James Bond e é o décimo filme da franquia. Como todo bom filme da era Moore, contém elementos surreais. A história se baseia no livro do mesmo nome de Ian Fleming, em que Bond deve impedir, com a ajuda de uma espiã da KGB, um megalomaníaco chamado Stromberg, que pretende destruir o mundo e criar uma nova civilização embaixo do mar. O filme marca uma das cenas mais históricas da história da franquia e definitivamente emblemática da era de Roger Moore, quando Bond briga com o brutamontes Jaws (lutas que ficariam mais e mais surreais com o tempo).  Também foi a primeira vez de uma Bond Girl sendo uma espiã.

4. Viva e deixe morrer (1973)

Primeiro filme de Roger Moore como James Bond depois da recusa de Sean Connery em retornar ao papel, o filme marca um desvio na direção dos filmes da franquia, com um tom mais leve e pastelão. Por conta do movimento blaxploitation (filmes B, de baixo orçamento e temática negra) estarem em alta na época, há diversos elementos da cultura negra americana fazendo parte do filme, como cortes de cabelo afro, por exemplo. No filme, um traficante do Harlem conhecido como Mr. Big planeja distribuir 2 toneladas de heroína para deixar seus competidores sem mercado. No entanto, é revelado que Mr Big é, na verdade, Dr. Kananga, o ditador caribenho da ilha de San Monique. Bond investiga a morte de três agentes britânicos e as pistas o levam ao Dr. Kananga. É então que James Bond é preso num mundo de gângsters e vodu (!). O filme foi uma bomba com os críticos, mas um sucesso de bilheteria. Convenhamos, a história pode não ser lá aquelas coisas, mas o que coloca Viva e Deixe Morrer em nossa lista é a fantástica música tema composta por Paul McCartney – um dos maiores sucessos do ex-Beatles.

3. 007 Contra o Satânico Dr. No. (1962)

Primeiro filme da série e considerado por muitos como o melhor filme de James Bond já feito. Depois de muitas especulações (até Hitchcock chegou a estar envolvido no projeto, que foi recusado pelo diretor), o filme conseguiu entrar em produção com a direção de Terence Young. Com um baixo orçamento e muitas dúvidas dos envolvidos – dizem que Ian Fleming, ao ver o filme numa exibição prévia, se disse enojado – 007 Contra o Satânico Dr. No foi um sucesso de crítica e bilheteria e foi um precursor em termos de estilo para os filmes de espionagem da época e da própria franquia de Bond – a introdução do personagem por meio de um cano de um revólver foi obra de Young e permanece até hoje. Bond, investigando a morte de um agente britânico é levado à Jamaica, onde descobre a base subterrânea do Dr. Julius No, que trama sabotar o lançamento espacial americano.

2. Cassino Royale (2006)

O 21o filme da série, Cassino Royale marca o reinício da série (algo que se tornou recorrente no cinema americano) sem estabelecer nenhuma ligação com os filmes anteriores. É a primeira vez que Daniel Craig interpreta o agente secreto e adapta o livro de estreia de Ian Fleming sobre o personagem. Como um reflexo da direção tomada por muitos filmes de super-herói da época, o reboot de uma franquia feito por Batman Begins e o sucesso da Trilogia Bourne, o filme reproduz um tom mais sombrio, realista e sóbrio e mostra Bond em uma de suas primeiras missões, muito mais vulnerável e inexperiente – e muito mais humano, se comparado a outras versões do personagem. A trama mostra Bond se apaixonando por Vesper Lynd, funcionaria do órgão de tesouraria americano que deve fornecer o dinheiro que ele precisa para falir Le Chiffre, um financiador terrorista, vencendo-o durante um jogo de pôquer high stakes. O filme foi um marco na revitalização de James Bond perante o público com uma interpretação mais moderna, buscando um maior envolvimento emocional do público e uma trama muito bem elaborada. Foi a segunda vez que Martin Campbell dirigiu um filme do agente secreto – a primeira vez havia sido Goldeneye, também na nossa lista. Foi a 4a maior bilheteria de 2006 e maior bilheteria na história da franquia. Além disso, não há nada mais hombre do que derrotar um terrorista jogando pôquer.

1. 007 Contra Goldfinger (1964)

Goldfinger é o 3o filme da série Bond e 3o a estrelar Sean Connery como James Bond. É considerado por muitos um dos melhores da franquia. Depois do sucesso de O Satânico Dr. No e Moscou Contra 007, esse foi o primeiro blockbuster da franquia, com um orçamento equivalente à soma dos dois primeiros. O filme também foi o primeiro a lançar algumas marcas, como a introdução com créditos longa e que nem sempre tem a ver com a trama e o uso de gadgets pelo agente secreto. Nele, James Bond investiga o contrabando de ouro feito pelo magnata Auric Goldfinger, o que o leva a descobrir seus planos de atacar Fort Knox, lugar onde se armazena uma grande porção das reservas oficiais de ouro dos Estados Unidos e alguns outros itens preciosos pertencentes ao governo federal. Primeiro filme da franquia a receber um Oscar (Melhor Edição de Efeitos Sonoros), 007 Contra Goldfinger é um dos filmes mais aclamados por crítica e fãs e seu roteiro é considerado um modelo para os filmes do espião, tornando-se um fenômeno cultural – o filme dos Beatles, Help!, chega a fazer paródia de Goldfinger. Na própria franquia, o filme chegou a ser reverenciado ou homenageado, como fica claro em Quantum of Solace, por exemplo. Seu sucesso levou a um aumento de vendas dos livros de Ian Fleming e de produções de filmes de espionagem em Hollywood. Um verdadeiro marco.

Agora, o filme que você deve evitar de todas as formas: A Serviço Secreto de Sua Majestade

A Serviço Secreto de Sua Majestade é um desserviço aos fãs e ao personagem. Seguindo a decisão de Sean Connery de deixar o papel (no futuro ele voltaria atrás e faria mais um filme de Bond), os produtores escolheram um modelo desconhecido, George Lazenby, para interpretar o agente secreto. Imagine o lado pastelão de Roger Moore elevado a mil. É um festival de besteiras: Bond dá um tiro no próprio pé, é roubada por uma mulher, conversa com a câmera, se casa, e por aí vai. No fim, o letreiro mostra “To be continued” – se já não bastasse o quão brega isso foi, os produtores já sabiam que a tal sequência não seria feita e George Lazenby (para o bem de todos nós) havia decidido não retornar para o papel.