
A Polícia Federal encontrou no celular do tentente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), uma minuta golpista e “estudos” para dar suporte a um eventual golpe de Estado. Preso desde maio, Cid foi responsável por falsificar dados de vacinação da própria família e da família de Bolsonaro para entrar nos EUA. As informações são da GloboNews e do jornal O Globo.
Os documentos encontrados no aparelho são uma minuta de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), operação militar que aciona as Forças Armadas para restaurar a ordem pública, e dados para subsidiar um golpe.
Durante a perícia não foram encontradas provas de que o material foi encaminhado a Bolsonaro pelo celular. Os documentos estavam em mensagens trocadas entre Cid e o sargento Luis Marcos dos Reis, militar detido na mesma operação da PF que deflagrou as fraudes em cartões de vacinação no Ministério da Saúde.
Além da minuta do golpe, Cid e Reis também discutiam como convencer autoridades do Exército a colaborar com a GLO.
Mauro Cid esteve na sede da PF em Brasília, na terça-feira (6), para depor sobre os documentos encontrados pela PF em seu celular e mais uma vez ficou em silêncio.
No despacho que autoriza a oitiva, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que Cid “reuniu documento com o objetivo de obter suporte jurídico e legal para a execução de um golpe de estado”.
Em áudios que já tinham vindo a público, revelados pela CNN, Cid e o ex-major Ailton Barros, que também está preso, conversam com o coronel e ex-secretário executivo do ministério da Saúde Elcio Franco sobre como mobilizar o comandante do Exército para uma intentona golpista.
Como esse novo conjunto de mensagens compartilhado é dezembro, a PF acredita que faziam parte de um esforço do grupo de auxiliares de Bolsonaro relacionado aos atos golpistas de janeiro.
A PF também investiga se eles planejavam editar um decreto de Garantia da Lei e da Ordem e, depois, a minuta do golpe encontrada na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.
De acordo com a GloboNews, interlocutores de Cid, identificados na perícia do celular, já estão na mira da PF, mas alguns nomes ainda permanecem sob sigilo devido ao cargo de destaque que ocupavam no governo anterior.