O senador Flávio Bolsonaro, pré-candidato à presidência em 2026, almoçou nesta quarta-feira (17) com cerca de 40 empresários e investidores em São Paulo. O encontro, realizado na casa de Gabriel Kanner, herdeiro do grupo Riachuelo, no Jardim Paulista, foi marcado como a primeira agenda de Flávio na capital paulista após a divulgação da pesquisa Quaest.
A pesquisa posicionou o senador como o nome mais competitivo da direita para enfrentar o presidente Lula nas eleições de 2026. O almoço teve como objetivo estreitar laços com o mercado financeiro e empresarial, um passo crucial para ele após ser indicado por seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, para representar o bolsonarismo nas urnas.
A reunião contou com a presença de grandes empresários como Flávio Rocha (presidente do conselho do Grupo Guararapes), Alexandre Ostrowiecki (Multilaser), Richard Gerdau (Gerdau), Helio Seibel (Duratex) e Mario Araripe (Casa dos Ventos). Esses encontros fazem parte da estratégia do senador para demonstrar sua viabilidade política fora do núcleo tradicional do bolsonarismo.
A ausência de imprensa e a lista restrita de convidados reforçam o caráter fechado do almoço, que foi descrito pela assessoria de Flávio como um “encontro com o mercado”. O ambiente foi considerado positivo por aliados do senador, pois facilita a interlocução com um mercado ainda reticente em relação à sua candidatura.
Na semana passada, Flávio já havia se encontrado com empresários paulistas, buscando apoio para a candidatura de 2026. Esse primeiro encontro, organizado por Filipe Sabará, ocorreu na sede do Banco UBS e reuniu cerca de 40 grandes empresários.
Entre os participantes estavam nomes de destaque, como Flávio Rocha e outros empresários do setor, incluindo a presença de líderes da cúpula do UBS, como o CEO Leopoldo Bassan e o co-CEO Marcello Chilov. Durante o evento, Flávio foi questionado sobre sua candidatura, sendo confrontado sobre a sua viabilidade política.
A receptividade dos empresários foi vista como um indicativo importante da continuidade de sua pré-candidatura. “Ele disse que é firme, vai até o final”, afirmou Filipe Sabará, articulador do evento, destacando a resposta positiva de Flávio ao ser questionado sobre sua determinação em se manter no projeto até 2026.
Esse apoio do setor empresarial é fundamental para o senador, especialmente após a reação negativa do mercado financeiro, que associou sua candidatura ao aumento da incerteza política. O senador tem buscado se posicionar como o Bolsonaro “mais moderado” dentro da família, destacando seu compromisso com o modelo econômico adotado no governo de seu pai.
Segundo relatos, o senador tem enfatizado a continuidade do ajuste fiscal, a redução de impostos e a menor intervenção do Estado como pilares de sua proposta econômica. A tentativa é se apresentar como um líder mais equilibrado, capaz de gerar confiança no mercado e superar as resistências internas à sua candidatura.
A aproximação com investidores ocorre em um momento em que Flávio ainda enfrenta resistência de setores-chave, como o Centrão, o agronegócio e líderes evangélicos, que veem o governador paulista Tarcísio de Freitas como o candidato mais competitivo para enfrentar Lula.
No entanto, a busca pelo respaldo do mercado financeiro é considerada estratégica, pois pode conferir a Flávio a credibilidade necessária para reduzir seu isolamento político dentro da direita. A pesquisa Genial/Quaest, divulgada recentemente, revela que, no cenário de segundo turno, Lula lidera com 46% das intenções de voto, enquanto ele somaria 36%.
A pesquisa também indica que Tarcísio tem 35% nesse cenário, o que faz com que aliados de Flávio considerem que o senador pode ganhar tração com o tempo, especialmente se conseguir consolidar seu apoio entre os investidores e empresários.
Além do apoio do mercado, Flávio continua a buscar respaldo político junto a líderes do Centrão. Recentemente, ele se reuniu com representantes do União Brasil e do PP, como Antônio Rueda e Ciro Nogueira, para discutir a viabilidade de sua candidatura.