Os erros que Janones vê na carta pela democracia: “Bolsonarismo nada de braçada”

Atualizado em 12 de agosto de 2022 às 12:05
Os erros que Janones vê na carta pela democracia: “bolsonarismo nada de braçada”
Deputado Federal André Janones
Foto: Cleia Viana

Nesta sexta-feira (12), um dia após a leitura dos dois manifestos em defesa da democracia organizados por ex-estudantes da Universidade de São Paulo, o deputado federal André Janones (Avante) – que recentemente desistiu de se candidatar à Presidência para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições – criticou a comunicação e os discurso da esquerda ao falar sobre os documentos.

Em publicação nas redes sociais, o parlamentar sugeriu que termos usados frequentemente por políticos de esquerda, como “renda mínima” e “diretrizes de programa”, sejam substituídos por expressões menos técnicas e mais compreensíveis para os eleitores.

“Enquanto a esquerda não trocar ‘renda mínima’ por ‘dinheiro pro povo’, ‘carta em defesa a democracia’ ao invés de ‘carta em defesa do povo’, e ‘nossas diretrizes de programa’ por ‘nossas propostas para os brasileiros’, o bolsonarismo continuará nadando de braçadas”, afirma Janones no Twitter.

Leia o texto na íntegra:

Enquanto a esquerda não trocar “renda mínima” por “dinheiro pro povo”, “carta em defesa a democracia” ao invés de “carta em defesa do povo”, e “nossas diretrizes de programa” por “nossas propostas para os brasileiros”, o bolsonarismo continuará nadando de braçadas.

Não há nenhum problema em se viver em uma bolha, todos nós vivemos, até certa medida, em alguma. O problema acontece quando não percebemos isso, e tomamos a nossa realidade paralela, no caso a nossa bolha, como a realidade factual.

A internet permitiu a ascensão de todas as classes do ponto de vista da comunicação. Todos falam e, com a devida proporção, formam opinião. A arrogância de alguns setores da elite intelectual não lhes permite compreender que João Gomes com o seu “piseiro” forma mais opinião hoje do que Chico e Caetano com sua genialidade.

Enquanto isso, alguns, como Reinaldo Azevedo e cia, preferem chamar o sertanejo (gênero preferido de nove entre dez pessoas do povo), de “breganejo”.

Essas eleições serão decididas nas cidades interioranas, cidade de 2, 3, 20 mil habitantes, totalmente fora do radar da esquerda, mas onde o Bolsonarismo tem livre acesso. Por lá, o Face é o WhatsApp por exemplo, nao é uma rede, mas sim um “jornal”. O que sai por lá, vira verdade absoluta, instantaneamente.

E o Bolsonarismo sabe bem disso. Esses que estão ali, esquecidos pela arrogância da nossa elite intelectual, por alguns setores da esquerda e pelos twiteros adoradores de Chico e Caetano (aliás, diga se de passagem, a maioria por lá nem sabe que o Twiter foi criado ainda), são amparados pelo Bolsonaro.

Ele gera neles uma sensação de pertencimento. O pensamento é lógico e compreensível: “é preferível alguém que faz piada comigo e fala besteira o tempo todo, do que alguém que nem sabe que eu existo.”

Como cantou Cazuza: “eu vejo um futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades”.

Ou a gente sai das fiesps da vida, da USP e do Twitter e tomemos os grupos de Whats, as comunidades, as feiras populares e o interior do país, ou já era. Chega de esperar que o povo venha até nós, é hora de irmos ao povo!

Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link