Os fanáticos dos ‘costumes’ vão comer um prato de moral? Por Fernando Brito

Atualizado em 2 de novembro de 2020 às 12:48

Originalmente publicado em TIJOLAÇO

Por Fernando Brito

Você pensa que as questões mais importantes do país são a crise da economia, o desemprego, o déficit público monumental, os 160 mil mortos da pandemia, a estratégia de vacinação – se vacina houver – a continuidade ou não do auxílio-emergencial no caso de uma segunda onda de infecções que obrigue a uma novo fechamento do comércio ou alguma destas questões de menor importância ou ainda a inflação dos alimento, que corroi o poder de comprar dos mais pobres”?

Claro que não e você pode ler na Folha que os bolsonaristas alucinados então se organizando para cuidar daquilo que realmente importa, como a possibilidade de não mandar crianças para a escola (o homeschooling), reduzir as possibilidades de aborto legal em caso de estupro, franquear o porte de armas, abertura de cassinos, a tal “ideologia de gênero” e, claro, prisão ampla, geral e irrestrita.

O país está ameaçado de terminar o ano sem Orçamento, arriscando-se a empacar mais ainda o já travadíssimo gasto público e a tal Bia Kicis, reacionária de quatro costados, diz que tem que ser assim para “levar adiante a pauta de interesse da população”.

Mas suas bolsolências estão preocupados apenas com sua obtusidade fanática, seus ódios, seus preconceitos, seu incontrolável furor em obrigar a que todos sejam como desejam que todos caibam no seu molde torto.

Esta gente precisa voltar ao submundo de seu seita, deixar que as aranhas andem pelas teias de seus crânios, retornar á condição de gente que se rói de despeito pela felicidade, pela fraternidade, pela liberdade.