Os fascistas brasileiros e argentinos se consideram conservadores. Por Moisés Mendes

Atualizado em 11 de julho de 2020 às 21:58
Olavo e Eduardo Bolsonaro, estrelas da “Cúpula Conservadora”

Os fascistas brasileiros e argentinos vivem da fantasia de que são apenas conservadores. Eduardo Bolsonaro disse que os mais de 80 perfis do Gabinete do Ódio, que o Facebook eliminou por fabricarem mentiras e difamações, eram mantidos por “conservadores”.

Olavo de Carvalho se refere a Ricardo Salles e a Ernesto Araújo e diz que “seus ideais conservadores não são mera ideologia e sim valores”.

O novo ministro da Educação, Milton Ribeiro, também apresentado como um pastor evangélico conservador – inclusive pela imprensa dita liberal – defende que um feminicídio pode ser um ato de paixão louca.

E que o aprendizado de uma criança será eficiente se os pais fizerem com que ela seja castigada e sinta dor.

Eduardo, Olavo e Ribeiro se acham conservadores, como Maurício Macri, o guru fracassado de Miriam Leitão e Merval Pereira, também se considera.

Todos são fascistas. Macri lidera na Argentina a pregação contra o lockdown. Não é um ex-presidente fazendo oposição fora de hora, apenas meio ano depois de deixar o cargo.

É um militante da extrema direita pregando a preparação de um golpe contra Alberto Fernández. Macri entende, como Bolsonaro, que a pandemia é apenas “um pretexto para avançar contra as liberdades e contra o funcionamento da Justiça e a propriedade privada”.

A direita argentina abandonou qualquer prurido e deixa de ser uma versão tucana portenha para se assumir como extremista.

Macri, que já foi o neoliberal cheiroso da América Latina, até quebrar o país, é hoje assumidamente fascista, porque só assim – segundo os jornalistas argentinos – pode sobreviver como líder da oposição.

Mas ele e os fascistas brasileiros se acham conservadores.