Os favoritos à sucessão de Barroso no STF

Atualizado em 9 de outubro de 2025 às 18:19
O ministro Luís Roberto Barroso. Foto: Divulgação

O ministro Luís Roberto Barroso confirmou nesta quinta-feira que deixará o Supremo Tribunal Federal (STF) antes do prazo legal. A decisão, que surpreendeu parte do meio jurídico, encerra uma trajetória de mais de doze anos na Corte. Com informações do Globo.

Barroso completaria 75 anos apenas em 2033, quando a aposentadoria se tornaria compulsória, mas optou por antecipar a saída. O gesto abriu uma corrida política em torno de quem será o próximo nome indicado ao tribunal pelo presidente Lula.

Nos bastidores do Planalto e do Judiciário, quatro nomes despontam como possíveis sucessores. O mais cotado é Jorge Messias, atual advogado-geral da União. Homem de confiança de Lula, Messias tem 45 anos e é visto como um perfil técnico, mas com forte sintonia política com o governo.

Caso seja confirmado, ele poderá permanecer no Supremo por cerca de 30 anos, o que garantiria influência de longo prazo à atual gestão. Outro nome que tem circulado com força é o do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Ex-presidente do Senado, ele mantém boa relação com ministros como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes e é considerado uma alternativa que agradaria a diferentes setores do Judiciário e do Legislativo. No entanto, Lula ainda avalia mantê-lo na política eleitoral, possivelmente como candidato ao governo de Minas Gerais em 2026, o que poderia adiar uma eventual nomeação ao STF.

Bruno Dantas, Jorge Messias, Vinicius Carvalho e Rodrigo Pacheco. Foto: Divulgação

Também no radar do Planalto está Bruno Dantas, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Ele tem bom trânsito entre lideranças políticas e já foi cotado para outras vagas no Judiciário em ocasiões anteriores. Sua proximidade com o governo e experiência no controle de contas públicas o colocam entre as opções viáveis para ocupar a cadeira de Barroso.

Outro possível indicado é Vinícius Carvalho, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU). Conhecido pela atuação em pautas de integridade e transparência, Carvalho ganhou espaço no governo e tem sido elogiado pela condução de políticas de combate à corrupção. Sua nomeação reforçaria o discurso de ética e governança que Lula tenta projetar em seu terceiro mandato.

Barroso vinha sinalizando há alguns meses que poderia deixar o Supremo antes do prazo. Em eventos recentes, o ministro demonstrou desejo de buscar novos caminhos após mais de uma década no tribunal. O tom de despedida ficou evidente em discursos públicos e encontros institucionais realizados desde que deixou a presidência da Corte, em 2024.

Durante uma fala nesta semana, Barroso comentou abertamente sobre a possibilidade de sair. “Estou há 12 anos e mais de três meses e posso ficar ainda mais oito anos. É muito difícil deixar o Supremo, que é, para quem gosta do Brasil, tem compromissos com o Brasil, como eu tenho, um espaço relevante. Mas há outros espaços relevantes na vida brasileira, de modo que eu estou considerando todas as possibilidades, inclusive a de ficar”, afirmou.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.