Os ataques do empresário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), não têm como motivação apenas seu alinhamento com políticos da extrema-direita, mas seus interesses comerciais. O bilionário tem usado a rede social para promover os interesses de outras empresas de seu conglomerado, como a SpaceX, a Starlink e a Tesla.
O Brasil se tornou uma parte da guerra comercial entre a Tesla e a empresa chinesa BYD, sua principal concorrente na produção de carros elétricos, que anunciou a ampliação de seus investimentos no país em até 1 bilhão de euros.
Ele também tem interesses no “petróleo branco”, como é conhecido o lítio, o metal mais leve existente, que é essencial na produção de baterias, energia solar e eólica, além dos carros elétricos, segundo o Intercept Brasil. O item tem sido fundamental no atual momento de transição energética.
A América Latina, principalmente Argentina, Bolívia e Chile, concentra 68% das reservas mundiais do metal. Nos últimos anos, foram descobertas várias reservas do tipo no Brasil, principalmente no Vale do Jequitinhonha, no norte de Minas Gerais. Musk vinha tentado negociar a compra de uma empresa que explora o minério, mas as conversas não avançaram.
Outro motivo que justifica a ofensiva do bilionário contra o magistrado é a proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos, já que ele é apoiador do ex-presidente Donald Trump, rival do atual mandatário, o democrata Joe Biden.
Ele quer utilizar a suposta “censura” no Brasil como um exemplo do que pode ocorrer nos Estados Unidos em um eventual segundo mandato de Biden. Uma das medidas estudadas pelo presidente americano é justamente taxar empresas que utilizam o espaço aéreo americano para o lançamento de foguetes como a SpaceX.