Os líderes da oposição e o relator da anistia golpista que Moraes autorizou a visitar Bolsonaro

Atualizado em 15 de setembro de 2025 às 21:44
O ex-presidente Jair Bolsonaro em prisão domiciliar. Foto: reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta segunda-feira (15) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em prisão domiciliar, receba visitas de parlamentares e dirigentes políticos, incluindo o relator do projeto de anistia em tramitação na Câmara.

Na decisão, Moraes liberou encontros com Valdemar Costa Neto, presidente do PL; Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado; Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara; o deputado Rodrigo Valadares (União-SE), relator do projeto da anistia; além do senador Wilder Morais (PL-GO) e do ex-ministro Adolfo Sachsida. Cada visita foi autorizada em datas específicas entre 19 e 26 de setembro.

Rodrigo Valadares, relator da proposta de anistia a condenados pelo 8 de Janeiro, apresentou parecer favorável à medida na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O projeto é prioridade para aliados de Bolsonaro no Congresso e pode beneficiar diretamente o ex-presidente, condenado pelo STF a 27 anos e três meses de prisão.

Manifestante segura cartaz com pedido de ‘Anistia já’ em manifestação com Bolsonaro em Copacabana, no Rio de Janeiro — Foto: REUTERS/Pilar Olivares

A defesa também solicitou autorização para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visite Bolsonaro. Moraes determinou que os advogados do ex-presidente se manifestem sobre o pedido.

Além das visitas políticas, a defesa informou ao ministro que Michelle Bolsonaro conduz um grupo de orações na residência da família, com encontros semanais às quartas-feiras. A lista de 16 participantes foi enviada ao STF, que já foi informado da atividade religiosa.

As liberações ocorrem dias após a condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe e outros crimes. Embora autorizado a receber visitas específicas, o ex-presidente segue sob monitoramento da Polícia Penal do Distrito Federal e permanece em prisão domiciliar até que eventuais recursos sejam julgados.