Em 1999 Serra defendeu a importação de médicos cubanos

Atualizado em 21 de julho de 2013 às 7:47

Hoje ele chama a medida de “absurda”.

serra cuba

Serra é um mestre na arte de se superar. Em visita ao Senado na terça, convocada por ele mesmo, desceu a lenha no programa “Mais Médicos”, que pretende ampliar a presença de profissionais estrangeiros no Brasil.

“É um tiro no pé. Um tiro de canhão porque é uma medida absurda, inclusive para enfraquecer o próprio governo”, disse. “A ideia é não fazer nada, é fazer propaganda e publicidade. A questão é fazer o efeito de passar para a opinião pública que está preocupado com a saúde”.

Grande estrategista político, ao menos segundo ele mesmo, Serra deu mais um tiro de canhão no próprio pé. Em 1999, quando ministro da Saúde, falando sobre a dificuldade de levar profissionais para o interior do país, defendeu a vinda de médicos cubanos. De acordo com o Jornal de Brasília daquele ano, afirmou que apresentaria “uma solução jurídica que vai permitir a permanência dos médicos cubanos no Brasil”.

Num jantar na casa do então senador Ney Suassun, ele voltaria ao tema. “Serra defendeu também a permanência de médicos cubanos no país, que, ao contrário de colegas brasileiros, seriam menos resistentes à idéia de trabalhar no interior do Brasil”.

Em 2000, seu ministério redigiria um decreto para regulamentar o trabalho dos estrangeiros, especialmente de Cuba, que atuavam na região Norte.

Na época, naturalmente, não houve um pio de jornais e revistas contra a importação de médicos.