Os planos do Centrão para 2026

Atualizado em 6 de outubro de 2025 às 8:04
ACM Neto, vice-presidente do União Brasil e pré-candidato ao governo da Bahia, durante coletiva – Foto: Reprodução

Com PT e PL concentrados na disputa presidencial e na ampliação de suas bancadas no Senado, partidos do Centrão avançam nos estados e projetam candidaturas inéditas aos governos estaduais em 2026, conforme informações da Folha de S.Paulo.

Faltando um ano para as eleições, PP, União Brasil e Republicanos articulam alianças e fortalecem suas bases locais para ampliar o poder regional. O movimento é impulsionado pelo aumento das bancadas no Congresso e pela expansão das verbas dos fundos partidário e eleitoral.

O União Progressista, federação formada por PP e União Brasil, deve lançar candidatos em até 16 estados, com cerca de R$ 1 bilhão em recursos e tempo expressivo de propaganda. “A federação cria uma boa estrutura de largada que viabiliza uma candidatura a governador. O passo seguinte é buscar o apoio de outros partidos”, avaliou ACM Neto, vice-presidente do União Brasil e pré-candidato ao governo da Bahia.

As legendas deixaram a base do governo do presidente Lula (PT), mas mantêm cargos federais, entre eles ministérios e estatais.

O presidente Lula – Foto: Reprodução

O PP, que em 2022 concorreu em cinco estados e venceu no Acre e em Roraima, prepara candidaturas em dez unidades da federação.

Entre os nomes cotados estão o governador Eduardo Riedel, de Mato Grosso do Sul, e os vice-governadores Celina Leão, do Distrito Federal, Lucas Ribeiro, da Paraíba, e Mailza Assis, do Acre, que devem assumir os governos em 2026.

Em São Paulo, o partido avalia o nome do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, caso Tarcísio de Freitas entre na disputa presidencial.

O União Brasil aposta em candidaturas na Bahia e no Rio de Janeiro, mas enfrenta disputas internas com o PP no Acre, na Paraíba e no Paraná, onde Sergio Moro tenta viabilizar sua candidatura. Já o Republicanos, ligado à Igreja Universal, pretende ampliar sua presença e deve disputar até nove governos – o partido tem entre seus pré-candidatos o senador Cleitinho, em Minas Gerais, o vice-governador Otaviano Pivetta, em Mato Grosso, e o prefeito Lorenzo Pazolini, no Espírito Santo.

Enquanto o Centrão se expande, siglas tradicionais como MDB e PSD buscam preservar espaço. O MDB, que possui três governadores, lançará candidaturas em oito estados.

O PSD, com cinco governadores, também deve apresentar candidaturas em ao menos dez estados, incluindo Eduardo Paes no Rio de Janeiro e Mateus Simões em Minas Gerais. No campo da esquerda, o PT disputará a reeleição na Bahia, Ceará e Piauí, além de preparar nomes em outros estados. O PSB prioriza João Campos em Pernambuco, enquanto PSDB e PDT reduzem participação, tentando manter relevância política em meio à ascensão do Centrão.