Um dos maiores ícones do capitalismo está em decadência. A época do apogeu dos shopping centers já passou e há sinais eloquentes de que esse modelo de negócio está acabando — assim como o fim do consumismo excessivo.
Nos Estados Unidos, onde eles foram inventados, cerca de 15% no shoppings vão falir ou serão transformados em outros espaços comerciais nos próximos dez anos, segundo a Green Street Advisors, empresa americana ligada a empreendimentos comerciais. Outra empresa do ramo, a CoStar Group, calcula que, em média, 35% dos espaços das lojas dos shoppings americanos estão ocioso.
Essa situação inspirou um trabalho fotográfico do artista Seph Lawless sobre os shoppings abandonados nos EUA (sephlawless.com/black-friday-
É verdade que o boom dos shoppings ainda se manifesta em países como a China e a Índia. E até mesmo no Brasil há crescimento: segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), existem 500 shoppings no País e, até o fim do ano, serão 530. Mas não há otimismo no setor. Segundo o informativo setorial de shopping centers do Ibope Inteligência, “a taxa média de vacância nos 36 shoppings inaugurados no ano passado foi de 50%, ou seja, de cada duas lojas uma estava fechada por falta de locatário.
O cenário é ainda mais assustador entre os shoppings inaugurados no segundo semestre. A taxa média de ocupação em 21 shoppings inaugurados a partir de setembro foi de apenas 38%; alguns shoppings inaugurados no último trimestre do ano tiveram taxas de ocupação inferiores a 20%”.
Esse início de crise tem inspirado reflexões sobre o modelo de negócio até de quem depende dele — como, por exemplo, a cadeia de lojas Gap, dos Estados Unidos. “Nós já estamos assumindo a decadência dos shoppings. É um modelo de negócio que funcionou durante um curto espaço de tempo”, disse Glenn Murphy, o CEO da Gap, em recente entrevista, referindo-se aos aspectos negativos dos shoppings — estacionamentos lotados, preços e custos elevados, ambiente fechado e concentração de pessoas em áreas reduzidas.
Murphy alerta para uma tendência irreversível: o aumento significativo das compras online. No último trimestre o ano passado, atingiu 6% do total gasto em varejo, praticamente dobrando em relação ao mesmo período de 2006.
Mas essa é apenas a superfície da questão. A verdade é que, desde a crise financeira de 2008, o varejo nos Estados Unidos tem perdido força progressivamente, ao mesmo tempo em que começam a surgir movimentos, reflexões e pensadores que combatem o consumismo excessivo que tem caracterizado a última década. “O modelo consumista atingiu seu limite e se tornou uma atividade preocupada apenas com resultados imediatos, produzindo um estupidez sistemática que impede uma visão em longo prazo”, diz o filósofo francês Bernard Stiegler, autor do livro “Uma Nova Crítica à Política Econômica”.
Esse discurso tem sido sustentado por algumas facções e grupos dedicados à questão do aquecimento global, referindo-se aos recursos naturais finitos e a necessidade de transformação da sociedade de consumo. Ou como diz Amitai Etzioni, professor de política internacional da Universidade George Washington: “O consumo excessivo, que nos leva a comprar casas maiores, carros mais caros, roupas mais transadas e tecnologias mais fascinantes prometem felicidade, mas nunca entregam. Apenas provocam o desejo de mais, sempre mais. E aos poucos começa a roubar sua vida e consumir nossos recursos limitados”.
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