‘Oscar’ de melhor roteiro para a CPI vai para o Planalto. Por Fernando Brito

Atualizado em 26 de abril de 2021 às 9:19
Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

Publicado originalmente no Tijolaço:

Por Fernando Brito

Ótimo trabalho do repórter Rubem Valente, no UOL – logo confirmado e reproduzido pelos demais veículos de imprensa – revelou a planilha de 23 acusações das quais o governo Bolsonaro tentará se defender na CPI da Covid.

Com o favor do governo em elaborá-lo, faz-se assim o longo roteiro do documentário de horrores que foram as ações, omissões e os requintes de maldade do atual presidente, com 23 situações que compõem o fio principal: como um homem manipulou uma catástrofe sanitária para obter dela o combustível de seu projeto autoritário de poder, obtido pela fermentação do ódio, com a levedura da estupidez e do calor de uma sempre ameaçada intervenção militar.

Pois é esse roteiro que já está se desenvolvendo e toma corpo a partir de amanhã, com a instalação da CPI, tendo como ponto central seu item 11 – “O governo politizou a pandemia” – em torno do qual se desenvolvem as várias tramas que a isso conduzem.

Esta é a questão central: por que se praticou o negacionismo, o charlatanismo, a incitação ao uso das Forças Armadas, a militarização do Ministério da Saúde, a procrastinação na compra das vacinas e tudo o mais?

A resposta, já evidente, é essa: a de tirar proveito político do desespero da população diante de uma catástrofe, usando-a para exacerbar os conflitos políticos.

É evidente que o Brasil teria perdas, como todos os países do mundo tiveram, com a pandemia. O fato é que aqui ela foi potencializada pelos objetivos político do Sr. Jair Bolsonaro.

A pandemia contou aqui com a ajuda de uma “pedalada mortal”.