Na cerimônia do Oscar deste domingo (10), o diretor Jonathan Glazer, cujo filme “Zona de Interesse” conquistou o prêmio de melhor filme internacional, aproveitou seu momento de vitória para destacar a situação em Gaza durante seu discurso de aceitação.
Com a estatueta em mãos, Glazer, que é judeu, ressaltou o sofrimento das pessoas na Faixa de Gaza, enfrentando um processo de desumanização, um tema central de seu filme, que explora a vida aparentemente idílica de uma família nazista residindo ao lado do campo de extermínio de Auschwitz.
Ele afirmou: “Nosso filme mostra como a desumanização leva ao pior cenário, moldando nosso passado e presente. Neste momento, estamos aqui como pessoas que refutam o seu judaísmo e o Holocausto, sequestrados por uma ocupação que levou muitas pessoas inocentes ao conflito, sejam os israelenses vítimas do 7 de outubro ou [os palestinos] do ataque em Gaza.”
Glazer fez alusão à contínua ocupação israelense de territórios palestinos, uma questão que tem sido motivo de condenação por parte da ONU por muitos anos.
O conflito israelense-palestino ecoou através da cerimônia do Oscar, influenciando tanto a moda no tapete vermelho, exemplificado por Billie Eilish ostentando um broche que pedia um cessar-fogo, quanto as manifestações políticas, com protestos em favor da Palestina ocorrendo do lado de fora do Dolby Theatre.
EMOCIONANTE: o diretor judeu Jonathan Glazer defende o povo palestino ao receber o prêmio do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Seu "Zona de Interesse" é uma brilhante obra sobre a desumanização dos que se beneficiaram de Auschwitz, o que só aumenta a contundência deste discurso… pic.twitter.com/eKmNxR18fY
— Ivan Valente (@IvanValente) March 11, 2024