Osmar Terra previu menos de 2.100 mortes, Alexandre Garcia papagueia cloroquina: ambos são corresponsáveis pela tragédia

Atualizado em 2 de agosto de 2020 às 11:03

Há cerca de quatro meses, Osmar Terra previu que a covid-19 mataria menos de 2.100 pessoas no Brasil. Já estamos chegando a quase 100 mil.

O negacionismo verbalizado por ele, em linha com Bolsonaro e os bolsonaristas, é responsável por milhares de óbitos, sem dúvida, porque quem acreditou na versão de que a doença não era tão grave se deu mal.

É preciso discutir também o papel da mídia nessa tragédia ao dar espaço para os negacionistas.

Hoje, quem sucede Osmar Terra nessa pregação anticientífica é Alexandre Garcia, que, por incrível que pareça, encontra espaço destacado em uma empresa de jornalismo (sic) que se diz a maior do mundo, a CNN.

O veterano jornalista defende a cloroquina e a invermectina em horário nobre.

Isso não tem nada a ver com liberdade de expressão. É uma violência contra a orientação científica por parte de autoridades sanitárias sérias.

Um fato que, lamentavelmente, é compatível com um país que não tem ministro da Saúde, apesar da pandemia que se caracteriza como a mais grave desde a gripe espanhola, cem anos atrás.

No futuro, quando se analisarem os erros cometidos pelo país que levaram ao recorde de mortes, será impossível não apontar a irresponsabilidade da mídia como uma das causas da tragédia.

Repito: dar espaço a negacionistas não tem a ver com liberdade de expressão. No limite, pode até ser entendido como cumplicidade de um crime.