Oswaldo Eustáquio preferiu Bolsonaro ao casamento, diz ex-mulher

Atualizado em 17 de outubro de 2024 às 15:06
O jornalista de extrema-direita Oswaldo Eustáquio e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

A ex-mulher do jornalista e blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, Sandra Terena, prestou um depoimento de três horas e meia à Polícia Federal na última terça-feira (15). Durante o interrogatório, ela foi questionada sobre seu relacionamento com Eustáquio, as postagens nas redes sociais e o paradeiro do celular da filha, por meio do qual o blogueiro estaria realizando publicações.

O bolsonarista, que atualmente se encontra foragido na Espanha, é alvo de três investigações e mandados de prisão, acusado de promover ataques às instituições e disseminar fake news. O depoimento de Sandra está vinculado ao inquérito que investiga ameaças contra policiais federais e o envolvimento de menores em atividades ilícitas.

Durante o depoimento, ela também revelou que Eustáquio “optou por defender Jair Bolsonaro e a direita ao casamento” após a derrota do ex-presidente nas eleições de 2022. O interrogatório ocorreu poucas horas antes de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenar oficialmente a extradição de Eustáquio.

Há suspeitas de que o casal estaria utilizando as redes sociais da filha de 16 anos para realizar ataques à Polícia Federal. De acordo com informações divulgadas pela CNN, Sandra afirmou aos investigadores que o jornalista era o responsável pelas postagens na conta da adolescente, uma vez que suas próprias redes sociais estavam bloqueadas.

Sandra Terena e Oswaldo Eustáquio, ex-casal investigado por golpismo e disseminação de fake news. Foto: reprodução

Oswaldo ganhou notoriedade nas redes sociais como um fervoroso apoiador d o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e defensor de pautas antidemocráticas.

Ao longo de sua carreira, ele se destacou pela disseminação de informações falsas sobre adversários políticos e ataques constantes às instituições democráticas brasileiras. As atividades do blogueiro, que já resultaram em diversas prisões, estão sob investigação do STF.

Além de sua atuação como jornalista, Eustáquio trabalhou como assessor no governo de Bolsonaro, durante a gestão da então ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, hoje senadora pelo Republicanos-DF. Sandra, que se declara indígena, também ocupou um cargo de destaque no governo, atuando como secretária nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial no mesmo ministério.

Desde 2020, Oswaldo é investigado, mas foi após as eleições de 2022 que ele se tornou uma das principais figuras na propagação da falsa narrativa de que as eleições no Brasil haviam sido fraudadas. Em dezembro daquele ano, o blogueiro fugiu do Brasil, passando por Paraguai e Inglaterra, antes de se estabelecer na Espanha, onde está atualmente.

Recentemente, a PF encaminhou um relatório ao (STF) solicitando sua extradição, pedido que foi posteriormente repassado ao Ministério da Justiça por Alexandre de Moraes.

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