Ouço daqui o silêncio retumbante de Bolsonaro sobre a morte do amigo miliciano. Por Moisés Mendes

Atualizado em 12 de fevereiro de 2020 às 7:54
Jair Bolsonaro (foto: Carl de Souza / AFP)

Publicado originalmente no blog do autor

Estou a mais de 2 mil quilômetros de Brasília e ouço daqui o silêncio de Bolsonaro, dos filhos de Bolsonaro e de Sergio Moro sobre a execução do miliciano amigo deles.

Quanto maior é a distância de Brasília, mais retumbante é o silêncio de todos eles.

Adriano da Nóbrega prestou grandes serviços à família. Foi abandonado e teve de se enfiar num mato, como faziam as vítimas de assassinatos do Escritório do Crime que ele comandava.

Se não falarem, se não disserem pelo menos uma frase de condolência, os Bolsonaros e Sergio Moro oferecerão a prova de que o assassinato os abalou.

Como escreveu Helena Chagas no DCM, o arquivo morto ainda pode assombrar a família Bolsonaro. Mataram o arquivista, mas seu acervo e seus rastros, que podem levar à família, não serão facilmente apagados.

E que não se esqueçam dos amigos e parentes de Adriano, que os Bolsonaros devem conhecer muito bem.