Outro pacote de joias enviado por sauditas a Bolsonaro foi entregue à Presidência, diz recibo

Atualizado em 5 de março de 2023 às 7:42
Montagem de fotos de Jair Bolsonaro e conjunto de joias
Conjunto de joias foi entregue à Presidência – Reprodução

Um recibo fiscal mostra que um dos supostos presentes que o governo da Arábia Saudita enviou por intermédio do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque foi entregue para compor o acervo pessoal de Jair Bolsonaro (PL) em novembro do ano passado.

Em caso revelado na última sexta-feira (3) pelo Estadão, um dos pacotes, que continha um conjunto de joias e um relógio avaliados em R$ 16,5 milhões, seria para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A encomenda foi retira no aeroporto de Guarulhos (SP) quando a comitiva de Albuquerque desembarcou no Brasil.

Porém, outro pacote, contendo relógio, abotoaduras, anel, uma espécie de rosário e uma caneta, todos da marca suíça de diamantes Chopard e supostamente destinados ao então chefe de governo, estavam na bagagem de um outro integrante da equipe.

De acordo com o assessor especial do Ministério de Minas e Energia Antônio Carlos Ramos de Barros Mello, essa encomenda foi entregue no Palácio do Planalto no último dia 29 de novembro e estava sob a guarda da pasta.

Um trecho do recibo, divulgado pela Folha de S.Paulo, diz o seguinte: “Encaminho ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica – GADH caixa contendo os seguintes itens destinados ao Presidente da República Jair Messias Bolsonaro”.

Montagem de fotos de Jair e Michelle e conjunto de joias
Outras joias seriam destinadas a Michelle Bolsonaro – Reprodução

Porém, no sábado (4), o ex-presidente disse que não pediu nem recebeu qualquer tipo de presente em joias do governo da Arábia Saudita. “Eu agora estou sendo crucificado no Brasil por um presente que não recebi. Vi em alguns jornais de forma maldosa dizendo que eu tentei trazer joias ilegais para o Brasil. Não existe isso”, afirmou ele.

De acordo com o político do Partido Liberal, a Presidência notificou a alfândega: “Até aí tudo bem, nada demais, poderia, no meu entender, a alfândega ter entregue. Iria para o acervo, seria entregue à primeira-dama. E o que diz a legislação? Ela poderia usar, não poderia desfazer-se daquilo. Só isso, mais nada”.

Antônio Carlos Mello afirmou que fez a entrega pessoalmente ao setor encarregado do acervo presidencial no Planalto, informou a Receita e a Presidência e pediu que, assim que possível, os presentes fossem recebidos na pasta. Ele também contou que a encomenda demorou mais de um ano para ser entregue porque houve uma série de tratativas acerca do destino do material.

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