A conversa entre os presidentes Lula e Donald Trump, realizada na segunda (6), gerou reações no governo brasileiro, especialmente em relação ao papel de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e de seu aliado Paulo Figueiredo.
O ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, afirmou à coluna de Igor Gadelha no Metrópoles que o contato entre os dois mandatários coloca uma “pá de terra” nas tentativas de Eduardo de se posicionar como interlocutor do governo brasileiro junto à Casa Branca.
O ministro disse que a comunicação entre Lula e Trump enfraquece ainda mais as ações de Eduardo, que fugiu para os Estados Unidos em março, tentando articular sanções do governo americano contra autoridades brasileiras.
Nos bastidores do Palácio do Planalto, assessores também veem a conversa como prejudicial à atuação de Eduardo. A expectativa é de que, após o diálogo entre os presidentes, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro perca espaço em suas tentativas de influenciar o governo dos EUA, especialmente em questões comerciais e de relações exteriores.
Durante a conversa, Trump considerou o encontro com Lula “muito bom” e focou principalmente nas questões econômicas e comerciais entre os dois países. O republicano afirmou, em suas redes sociais, que ambos os países “se darão muito bem juntos” e mencionou a possibilidade de um encontro presencial no futuro.
A conversa durou cerca de 30 minutos e ambos os presidentes trocaram números de telefone. Rubio terá como interlocutores os ministros brasileiros Geraldo Alckmin (Desenvolvimento Industrial), Fernando Haddad (Fazenda) e Mauro Vieira (Relações Exteriores).
A principal pauta do diálogo foi o tarifaço imposto pelo governo americano ao Brasil e o petista “solicitou a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras”, segundo o Palácio do Planalto.